Introdução Aos
Estudos Filosóficos
2ª Série /
Ensino Médio
Mito
e Filosofia
Mito: É uma narrativa sobre a origem de alguma coisa
(origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas...). Para os gregos, mito
é um discurso pronunciado ou proferido, para ouvintes que recebem a narrativa
como verdadeira porque confiam naquele que narra: é uma narrativa feita em
público, baseada, portanto na autoridade e confiabilidade da pessoa do
narrador.
Filosofia: - Na história do pensamento ocidental, a
filosofia nasce na Grécia entre os séculos VI e VII a. C. promovendo a passagem
do saber mítico para o pensamento racional. Essa passagem ocorreu, no entanto,
durante longo processo histórico, sem um rompimento brusco e imediato com as
formas de conhecimentos utilizadas no passado. De fato, durante muito tempo os
primeiros filósofos gregos compartilharam de crenças míticas, enquanto
desenvolviam o conhecimento racional que caracterizaria a filosofia. Essa
transição do mito à razão “significa precisamente que já havia, de um lado, uma
lógica do mito e que, de outro lado, na realidade filosófica ainda está
incluído o poder do lendário”, conforme afirma Pierre Grimal. A força da
mensagem dos mitos reside, portanto, na capacidade que eles têm de sensibilizar
estruturas profundas, inconscientes, do psiquismo humano.
Etimologia
Filosofia
–
A palavra filosofia vem do grego (philos+sophia) que significa “amor à
sabedoria” ou “amizade pelo saber”. Pitágoras (séc.VI. a.C.), filósofo
matemático grego, teria sido o primeiro a usar o termo filosófico, por não se
considerar um “sábio” (sophos), mas apenas alguém que ama e procura a
sabedoria. (Marias, p.19)
Períodos
da Filosofia
Pré-socrático
(séc. VII e VI a. C.). Os primeiros filósofos ocupavam-se com questões cosmológicas,
iniciando a separação entre filosofia e o pensamento mítico.
Socrático
ou clássico (séc. V e IV a. C.). Ênfase nas questões
antropológicas e maior sistematização do pensamento. Desse período fazem
parte os sofistas, o próprio Sócrates, seu discípulo Platão e Aristóteles,
discípulo de Platão.
Pós-sócrates
(séc. III e II a.C). Durante o helenismo, preponderou o interesse pela física e
pela ética. Surgiram as correntes filosóficas do estoicismo (Zenão de
Cítio), do hedonismo (Epicuro) e do ceticismo (Pirro de Élida).
(Marias, p.40)
Periodização
da História da Grécia Antiga
Civilização
micênica (sécs. XX a XII a.C). Desenvolveu-se desde o início
do segundo milênio a.C. Tem esse nome pela importância da cidade de Micenas, de
onde, por volta de 1250 a.C., partiram Agamênon, Aquiles e Ulisses para sitiar
e conquistar Tróia.
Tempos
homéricos (sécs. XII a VIII a.C). Na transição de um mundo
essencialmente rural, os senhores enriquecidos formam a aristocracia
proprietária de terras, que fez recrudescer o sistema escravista. Nesse período
teria vivido Homero (sécs. IX ou VIII a.C).
Período
arcaico (sécs. VIII a VI a. C.). Com a formação das
cidades-estados (póleis), ocorreram grandes alterações sociais e políticas, bem
como o desenvolvimento do comércio e a expansão da colonização grega. No inicio
desse período teria vivido Hesíodo. No final do século VII e durante o século
VI a. C. surgiram os primeiros filósofos.
Período
clássico (sécs. V e IV a.C.). Auge da civilização grega; na
política, o apogeu da democracia ateniense; desenvolvimento das artes,
literatura e Filosofia; época em que
viveram os sofistas e os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles.
Período
helenístico (sécs. III e II a.C.). Decadência
política, domínio macedônico e conquista da Grécia pelos romanos;
culturalmente, significava influencia das civilizações orientais; florescimento
das filosofias estoica e epicurista.
(Marias, p.37)
Períodos da História da Filosofia
Para trabalhar a questão de quando viveu um filósofo,
deve ser considerada a sua posição na clássica divisão da História da
Filosofia: Filosofia Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia
Contemporânea. Além disso, mesmo respeitando essa tradição, convém considerar a
especificidade de cada autor, evitando generalizações. Importa, aqui, levar em
conta o contexto histórico-social em que viveu o pensador. É necessário,
portanto possibilitar uma visão geral sobre cada uma dessas divisões,
explicadas nas sínteses a seguir:
Filosofia
Antiga: Trata-se do início da Filosofia
(φ), da identificação de seus primeiros problemas. A φ Antiga abrange um
período que vai do final do séc. VI a.C até o séc.VII d.C. Tendo como espaços
iniciais as cidades-estados da Grécia, chamadas polis, seu desenvolvimento
atingiu várias cidades do Império Romano, inclusiva no norte da África. Os
escritos da época foram produzidos, e geral, em grego e latim, mas os espaços
culturais onde φ Antiga se desenvolveu eram bastante heterogêneos. Muitos
textos desses pensadores acabaram se perdendo, restando-nos apenas alguns
livros e fragmentos.
Filosofia
Medieval: A φ Medieval se desenvolveu no
período que vai do século VIII ao séc. XIV. Seus espaços foram, principalmente,
os mosteiros e ordens religiosas europeias, onde a Igreja Católica tinha
hegemonia. Entretanto, houve manifestações filosóficas fora do mundo cristão,
em especial no mundo árabe e judeu. A φ Medieval foi uma das responsáveis pela
criação das universidades. Sua principal discussão: a relação entre a fé e
razão, ou seja, a tentativa de separar o que pertenceria a Deus (teologia) e
que pertenceria aos homens (filosofia).
Filosofia
Moderna: Iniciada no séc. XIV, φ Moderna
se estende ate o final do séc. XVIII, no continente europeu. Nessa época, a
Europa foi palco do desenvolvimento do capitalismo, da formação dos Estados
Nacionais, das grandes navegações e dos processos de colonização e formação dos
impérios. A Igreja Católica dividiu a hegemonia com o protestantismo e com as
ideias que incentivavam a liberdade do homem frente à religião. Sua s pela
criação das universidades. Sua principal discussão: a relação entre a fé e
razão, ou seja, a tentativa de separar o que pertenceria a Deus (teologia) e
que pertenceria aos homens (filosofia).
Filosofia
Contemporânea: A φ Contemporânea se
estende do final do séc. XVIII até os nossos dias. É possível dizer que seus
problemas inspiram-se na Revolução Francesa e na revolução Industrial, com a
crescente desumanização do processo social de produção.
Apresentando à Filosofia
“Das duas uma: deve-se filosofar
ou não se deve filosofar; mas, para negar a necessidade do filosofar é, ainda
assim, preciso filosofar”. (Aristóteles, Protréptico)
Ao iniciarmos o estudo da filosofia, nos colocamos
algumas perguntas básicas: o que é filosofia? Que assunto estuda? Para que
serve? Qual a sua história? Qual sua relação com os demais campos do
conhecimento?
O que é a filosofia? Para entender o que é a filosofia,
não basta saber sua definição, é preciso praticá-la. Nenhuma outra forma de
conhecimento pode ser identificado com a Filosofia.
Filósofo = amante da sabedoria A filosofia não é propriamente um
saber, é sabedoria. A filosofia não fornece respostas prontas, mas indica
caminhos para a solução dos problemas. O filósofo procura sempre à raiz última
do problema. Para isso, eleva aos limites extremos os potenciais da razão
humana. A filosofia auxilia o homem a se libertar das amarras do conhecimento
imposto, dos preconceitos, das armadilhas ideológicas, da visão mesquinha do
mundo. “A filosofia é um meio de libertação do homem, enquanto possibilita o
livre pensar”. (Karl Jaspers)
As disciplinas
filosóficas
Desde seu
surgimento na Grécia Antiga, em torno do século VI a. C., a filosofia foi
ampliando os temas de suas reflexões até alcançar a vastidão que tem hoje. O
surgimento de vários campos da filosofia obedeceu, e ainda obedecem, às
exigências do pensamento humano, suas necessidades e crises ao longo da
história, pois, se a filosofia é crítica sobre a vida, ela vai repensar exatamente
aquelas questões que incomodam em cada momento da história humana.
Principais
disciplinas filosóficas ou campos de estudo:
a) Metafísica (ontologia) – reflete sobre o SER. Estuda o ser em
geral, quando tenta buscar o que as coisas são. O que é o ser? Quando estuda o
ser em particular, dedica-se ao estudo racional da alma, do mundo (cosmologia)
ou de Deus (teodiceia). Alguns autores chegam a diferenciar metafísica de
ontologia: enquanto a metafísica estuda o ser em geral, a ontologia estuda o
ser a partir da consciência do indivíduo, ou seja, busca o significado do ser a
partir da experiência concreta do homem.
b) Lógica
– estuda as regras do bom raciocínio. A correspondência entre o raciocínio e a
realidade. Modernamente desenvolveram-se a lógica dialética e a lógica
matemática.
c) Teoria do
Conhecimento – tem por objeto o
conhecimento em geral (a possibilidade de conhecer, a origem, a essência do
conhecimento e a natureza da verdade). d) Cosmologia
– reflete sobre a natureza do mundo físico (sua origem, constituição, o que é
tempo e espaço, etc).
e) Filosofia
Moral – tem como objeto todos os
aspectos relacionados ao agir humano. Reflete sobre o que é o bem e o mal,
sobre o fim da conduta humana, sobre o modo como os homens se comportam e sobre
os pressupostos necessários à ocorrência de um ato moral (liberdade,
consciência e norma).
f) Antropologia
Filosófica – procura responder à
pergunta: quem pé o homem. Tenta responder aos diversos aspectos da natureza
humana ou do comportamento humano: a racionalidade, a linguagem, a dimensão
física, o espírito, a sociabilidade, a religiosidade, a dimensão econômica, a
historicidade, a angústia, etc.
g) Filosofia Política - reflete sobre a necessidade, os fundamentos e a
legitimidade da constituição do poder público.
h) Filosofia da Linguagem – pensa os mais variados problemas relativos à
linguagem: sua origem, as condições necessárias à linguagem humana, suas
funções e suas relações com o pensamento. i) Filosofia da história – pensa
sobre a historicidade do ser humano, o sentido e a direção da história, a
natureza e o significado do tempo, enquanto pressuposto da história.
j) Estética – reflete sobre o belo em geral, tanto o belo produzido
pelo homem, quanto o belo natural.
k) Filosofia da
Religião – procura caracterizar o
sentimento de religiosidade do homem, a origem da religião, suas funções e suas
relações com as outras dimensões das experiências individuais e culturais
humanas.
l) Filosofia da
Ciência – investiga os fundamentos das
ciências, a natureza e os limites do conhecimento científico, seus métodos, sua
natureza e os limites do conhecimento científico.
m) Filosofia da
Educação – pensa sobre o sentido da
atividade educativa, a natureza do educando e os alcances dos métodos
desenvolvidos pela pedagogia. Estas são as algumas disciplinas filosóficas. Há
ainda outros campos, na medida em que a filosofia pode tomar como objeto de
pesquisa qualquer parte da realidade, quer em seu aspecto concreto, quer em seu
aspecto abstrato. Assim, num certo sentido, podemos dizer que “tudo passa pela
filosofia”.
Para que serve à Filosofia? Vivemos em uma sociedade cuja mentalidade é fortemente
utilitarista. O utilitarismo, parente do pragmatismo, consiste na idéia de que
algo só merece ser levado a sério caso venha a dar resultados práticos
imediatos. A interioridade e a espiritualidade são menosprezadas e, com elas,
tudo o que diga respeito à valorização de si mesmo, como um ser vocacionado
para algo mais que um simples transitar pelo mundo, movido somente pelo
objetivo de desfrutar de todos os bens materiais que este possa lhe
proporcionar. Algumas atitudes de quem se comporta levado pela mentalidade
utilitarista: estuda somente para obter um diploma e ganhar dinheiro; aceita
uma religião só porque esta é capaz de lhe trazer certas vantagens, como por
exemplo: curas; tem amizades, na medida em que os amigos lhe possam ser úteis;
aceita a pesquisa científica, enquanto esta lhe traz certos benefícios. Vê o
mundo com os olhos do Tio Patinhas: dá dinheiro ou é imediatamente prático,
então vale a pena, caso contrário, não. Vista sob este ângulo, a filosofia pode
ser considerada inútil, pois não descobre remédios, não planeja formas de
ganhar dinheiro, não serve para fabricar máquinas ou coisas parecidas. Pelo
contrário, neste sentido, a filosofia é até mesmo perigosa, já que pode
despertar para uma visão das coisas em que a noção do útil vem a se alterar e
os valores materiais, ao invés de valores perenes, passam a ser considerados
como valores relativos e dependentes de outros como os valores intelectuais,
éticos, espirituais, etc. Quatro histórias para debate a) A raposa e as uvas b)
O sábio e o rico c) A roupa nova do rei d) As botas do camponês As histórias
mostram que a filosofia é um pensar coerente, pois faz emprego de recursos do
raciocínio lógico, profundo, enquanto vai até as raízes dos problemas, não
permanecendo na superfície (o contrário do achismo) e abrangente, já que
procura abordar as questões tendo presente o contexto em que estas se encontram
e a multiplicidade de respostas possíveis. Enfim, procura não somente explicar
as coisas, mas também em buscar o sentido que elas possam ter para a existência
humana.
A VISÃO MITOLÓGICA DO MUNDO
Vimos que a filosofia é uma forma nova de explicar o
mundo, surgida na Grécia por volta do século VI a.C. Isso posto, a pergunta que
se faz agora é a seguinte: como o mundo era entendido antes da filosofia? Os
seres humanos sempre se questionaram e procuraram uma forma de explicar o
surgimento do universo, bem como a posição que têm diante do mundo. Antes da
filosofia tais explicações eram dadas através dos mitos. A palavra mito vem do
grego mythos e significa narrativa, discurso, ação de recitar, mensagem,
anúncio. Os gregos antigos tentavam explicar a existência do mundo através de
mitos e de seres sobrenaturais, criando, assim, uma das mitologias mais ricas
da humanidade. A primeira característica do mito é a de se apresentar como
narrativa, fala, história. Relata grandes eventos, grandes feitos dos
antepassados, dos deuses, dos heróis. E, ao ser contado, merece a adesão
daqueles que o ouvem: é verdadeiro e deve ser aceito como tal. Distingue-se da
lenda, considerada uma narrativa não verídica. Para nós que vivemos fora do
contexto daquela sociedade onde o mito é apresentado, consideramos como lendas,
porque, para nós apesar de interessantes, aos nossos olhos parecem apenas
histórias fantásticas. No entanto, para os membros daquele grupo, os mitos não
só são histórias que relatam fatos reais como também são histórias sagradas,
pois, não se referem a pessoas ou fatos comuns, mas a entidades ou
acontecimentos especiais, responsáveis pela existência e manutenção das coisas,
favoráveis ou não. Visões míticas existiam no mundo todo, muito antes de os
filósofos começarem a questioná-las. Na Grécia, por volta de 700 a.C., Homero e
Hesíodo registraram por escrito boa parte do tesouro da mitologia grega. Tal
fato levou a uma situação inédita: uma vez colocados no papel, já se podia
discutir sobre eles. Os primeiros filósofos gregos criticaram a mitologia
descrita por Homero, porque para eles os deuses ali representados tinham muitas
semelhanças com os homens. De fato, eles eram exatamente tão egoístas e
traiçoeiros como qualquer um de nós. Pela primeira vez na história da
humanidade foi dito claramente que os mitos talvez não passassem de frutos da
imaginação do homem. Um exemplo dessa crítica aos mitos pode ser encontrado no
filósofo Xenófanes, nascido por volta de 570 a.C. Para ele, as pessoas teriam
criado os deuses `a sua imagem e semelhança: " Os mortais acreditam que os
deuses nascem, falam e se vestem de forma semelhante à sua própria...Os etíopes
imaginam seus deuses pretos e de nariz achatado; os tracianos, ao contrário, os
veem ruivos e de olhos azuis...Se as vacas, cavalos ou leões tivessem mãos,
eles criariam e representariam suas divindades à sua imagem e semelhança: os
deuses dos cavalos teriam feições equinas, os das vacas se pareceriam com elas,
e assim por diante".
O
princípio de todas as coisas - Os pré-socráticos
Os
primeiros pensadores centraram a atenção na natureza e elaboraram diversas
concepções cosmológicas. Note que dizemos cosmologia, conceito que se contrapõe
à cosmogonia de Hesíodo. Enquanto no período mítico a cosmogonia relata o
principio como origem no tempo (o nascimento dos deuses), as cosmologias dos
pré-socráticos procuraram a racionalidade constitutiva do Universo.
Todos
eles procuraram explicar como, diante da mudança (do devir), podemos encontrar
a estabilidade; como, diante do múltiplo, descobrimos o uno. Ao perguntarem
como seria possível emergir o cosmo do caos – ou seja, como da confusão inicial
surge o mundo ordenado –, os pré-socráticos buscam o princípio (em grego, a arkhé)
de todas as coisas, entendido não como aquilo que antecede no tempo, mas como
fundamento do ser. Buscar a arkhé é
explicar qual é o elemento constitutivo de todas as coisas.
As
respostas dos filósofos à questão do fundamento das coisas, da unidade que pode
explicar a multiplicidade, são as mais variadas.
Para
Tales de Mileto (640-c.548 a.C.),
astrônomo, matemático e primeiro filósofo, a arkhé é a água.
De
acordo com Pitágoras (séc. VI a.C),
filósofo e matemático, o número é a essência de tudo; todo cosmo é harmonia,
porque é ordenado pelos números.
Para
Anaximandro (610-547 a.C.), o
fundamento dos seres é uma matéria indeterminada, ilimitada (ápeiron, em
grego), que daria origem a todos os seres materiais.
Para Anaxímenes (588-524 a.C.), é o ar, que
rarefação e condensação faz nascer e transformar todas as coisas.
Parmênides de Eleia
(c.544-450 a. C.) e Heráclito de Éfeso (sécs. VI-V a.C), desenvolveram teorias
que entraram em conflito e instigaram os filósofos do período clássico.
Enquanto para Parmênides o ser real é imóvel, imutável e o movimento é uma
ilusão, para Heráclito tudo flui e tudo o que é fixo é ilusão: “não nos
banhamos duas vezes no mesmo rio.”
Anaxágoras
(499-428 a.C.), nascido em Clazômena, mudou-se para Atenas, onde foi mestre de
Péricles. Sustentava que as “sementes” de todas as coisas foram ordenadas por
um princípio inteligente, uma Inteligência cósmica (Nous, em grego).
Empédocles
defendia os 4 elementos. (483-430 a. C.). Os quatro elementos, terra, água, ar,
e fogo constituía sua teoria filosófica.
Os
filósofos Leucipo (séc. V a.C.) e
Demócrito (c.460-c.370 a. C.) são atomistas, por considerarem o elemento
primordial constituído por átomos, partículas indivisíveis. Como para eles
também a alma era formada por átomos, estamos diante de uma concepção materialista
e determinista. (Marias, p.40 e 41).
O MITO DA CAVERNA
Platão
criou uma alegoria, conhecida como mito da caverna, que serve para explicar a
evolução do processo de conhecimento.
Segundo
ele, a maioria dos seres humanos se encontra como prisioneira de uma caverna,
permanecendo de costas para a abertura luminosa e de frente para a parede
escura do fundo. Devido a uma luz que entra na caverna, o prisioneiro contempla
na parede do fundo as projeções dos seres que compõem a realidade. Acostumado a
ver somente essas projeções, assume a ilusão do que vê as sombras do real, como
se fosse a verdadeira realidade.
Se
escapasse da caverna e alcançasse o mundo luminoso da realidade, ficaria livre
da ilusão. Mas, estando acostumado às sombras, às ilusões, teria de habituar os
olhos à visão do real: primeiro olharia as estrelas da noite, depois as imagens
das coisas refletidas nas águas tranqüilas, até que pudesse encarar diretamente
o Sol e enxergar a fonte de toda a luminosidade.
Em síntese – Ética: Uma investigação e reflexão sobre e agir humano e seu valor;
definição do bom e do mal segundo as circunstâncias; reflexão sobre a ação.
Moral: Define o
Bom e o Mau antes das ações, possui princípios ideais. Aprende-se nas religiões,
nas leis ou em outros.
Fontes:
HRYNIEWICZ,
Severo. Para filosofar hoje. Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2008.
VASCONCELOS,
Ana. Manual compacto de filosofia. São Paulo: Rideel, 2010.
GAARDER,
Jostein. O mundo de Sofia: romance da história da filosofia. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
Currículo
do Estado de São Paulo – Caderno do Professor/14
FILOSOFANDO. INTRODUÇÃO À FILOSOFIA. EDITORA
MODERNA. MARIA LUCIADE ARRUDA
ARANHA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário