segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Calendário Letivo Especial de 2014 


No ano em que a Copa do Mundo será no Brasil, as férias escolares serão no mesmo período dos jogos



A Educação contará com um calendário especial em 2014, ano em que o Brasil sedia a Copa do Mundo. Uma das principais mudanças foi a alteração das férias escolares, que irão de 12 de junho a 11 de julho, período em que os jogos de futebol acontecem.
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Outra mudança no cronograma para as mais de 5 mil escolas estaduais de São Paulo é a data de início das aulas, antecipada para 27 de janeiro. O término das aulas está previsto para a segunda quinzena de dezembro. 

Também foi definido que os alunos, professores e servidores terão uma semana de recesso entre os dias 13 e 19 de outubro, fazendo com que o segundo semestre letivo não seja tão longo se comparado ao primeiro. A reorganização do calendário mantém a garantia dos 200 dias letivos previstos em lei, sem nenhum prejuízo curricular ou pedagógico aos estudantes.




Apostila - Filosofia - E.J.A 



Introdução a Filosofia

1. Conceito de filosofia

Entre os antigos gregos predominava inicialmente a consciência mítica, cuja maior expressão se encontra nos poemas de Homero e Hesíodo.
Quando se dá a passagem da consciência mítica para a racional, aparecem os primeiros sábios, sophos, como se diz em grego.
Um deles, chamado Pitágoras, que também era matemático, usou pela primeira vez a palavra filosofia, que significa "Amor à sabedoria". É bom observar que a própria etimologia mostra que a filosofia não é puro logos, pura razão: ela é a procura amorosa da verdade.
Para Platão, a primeira virtude do filósofo é admirar-se. A admiração é a condição de onde deriva a capacidade de problematizar, que marca filosofia não como posse da verdade, mas como sua busca.
Para Kant, filósofo alemão, "Não há filosofia que se possa aprender; só se pode aprender a filosofar". Isto significa que a filosofia é, sobretudo uma atitude, um pensar permanente. É um conhecimento instituinte, no sentido de que questiona o saber e instituído.
Podemos definir filosofia como o estudo geral sobre a natureza de todas as coisas e suas relações entre si; os valores, o sentido, os fatos e princípios gerais da existência, bem como a conduta e destino do homem.

2. A filosofia e a ciência

No seu começo, a ciência estava ligada à filosofia, sendo o filósofo o sábio que refletia sobre todos setores da indagação humana. Neste sentido, os filósofos Tales e Pitágoras eram também geômetras, e Aristóteles escreveu sobre física e astronomia.
A partir do século 17, a revolução iniciada por Galileu Galilei promove a autonomia da ciência e seu desligamento da filosofia.
Pouco a pouco, até o século 20, aparecem as chamadas ciências particulares (física, astronomia, química, biologia, etc) delimitando um campo específico de pesquisa.
Ora, a filosofia continua tratando da mesma realidade apropriada pelas ciências. Apenas que as ciências se especializam e observam recortes do real, enquanto a filosofia jamais renuncia a considerar o seu objeto do ponto de vista da totalidade.
A filosofia ainda se diferencia da ciência pelo modo como trata seu objeto: a filosofia está presente como reflexão crítica a respeito dos fundamentos do conhecimento e do agir. Portanto, a filosofia não faz juízos de realidade, como a ciência, mas juízos de valor. O filósofo parte da experiência vivida, não se vê apenas como se é, mas como se deveria ser.

3. Cultura e humanização

As diferenças entre o homem e o animal não são apenas de grau, pois, enquanto o animal permanece mergulhado natureza, o homem é capaz de transformá-la, tornando possível à cultura.
A palavra cultura possui vários significados, tais como o de cultura da terra ou cultura de um homem letrado. No sentido que nos interessa cultura significa tudo o que o homem produz ao construir sua existência.
A palavra cultura deriva do verbo latino “colere”, que significa "Cultivar". Foi empregada inicialmente no final do século 11, para indicar o cuidado dos homens com os deuses (culto), bem como o cuidado dos homens com a natureza (agricultura). Assim, além do culto religioso, cultura designa o trabalho da terra para se produzir bens comestíveis.
A cultura é, portanto um processo de autoliberação progressiva do homem, o que o caracteriza como um ser de mutação, um ser de projeto, que se faz à medida que ultrapassa a própria experiência.
Seria pouco concluir que a diferença entre o homem e o animal estaria no fato de o homem ser um animal que pensa e fala, o homem é um ser que trabalha e produz o mundo e a si mesmo.

4. Cultura e linguagem

O homem é um ser que fala. A palavra se encontra no limiar do universo humano, pois caracteriza fundamentalmente o homem e o distingue do animal.
A diferença entre a linguagem humana e a do animal está no fato de que este não conhece o símbolo, mas somente o índice. O índice está relacionado de forma fixa e única com uma coisa que se refere. Por exemplo, as frases com que adestramos o cachorro devem ser sempre as mesmas, pois são índices, isto é, indicam alguma coisa muito específica.
Assim, a linguagem animal visa à adaptação a situação concreta, enquanto a linguagem humana intervém como uma forma abstrata que distancia o homem da experiência vivida, tornando o capaz de reorganizar numa outra totalidade e lhe dar novo sentido.
É por isso que podemos dizer que, mesmo quando o animal consegue resolver problemas, sua inteligência é ainda concreta. Já o homem, pelo poder do símbolo, tem uma inteligência abstrata.
Portanto, se não tem oportunidade de desenvolver e enriquecer a linguagem, o homem torna-se incapaz de compreender e agir sobre o mundo que o cerca.

5. Cultura e trabalho

É na juventude que o ser humano se dá conta de que o mundo não é um parque de diversões, e a primeira sensação é aquela que as faz perceber o trabalho como um fardo e um peso. É curioso notar que a palavra trabalho vem do latim trippalium que significa "Um instrumento de tortura".
O trabalho possui também o seu lado positivo, pois é resultado da curiosidade e capacidade de modificar a natureza, do ser humano. É a resposta aos desafios na luta pela sobrevivência. Ao mesmo tempo, que o trabalho, adapta a natureza e as necessidades humanas, altera o próprio ser humano, desenvolvendo suas faculdades.
Enquanto o animal permanece sempre o mesmo na sua essência, já que repete os gestos comuns à espécie, o ser humano muda as maneiras pelas quais age sobre o mundo, estabelecendo relações também mutáveis, que por sua vez alteram sua maneira de perceber, de pensar e de sentir.
Por ser uma atividade relacional, o trabalho, além de desenvolver habilidades, permite que a convivência não só facilite a aprendizagem, mas também enriqueça a afetividade resultante do relacionamento humano. O trabalho é condição de transcendência e, portanto, é expressão da liberdade.

6. Trabalho e a alienação

O filósofo alemão Karl Marx viveu no período em que a exploração capitalista (ricos) sobre o proletariado (pobres) era muito explícita, e por isso achava que chegaria num momento, devido ao crescente empobrecimento, ocorreria uma revolução.
Por alienação, Karl Marx, entendia a situação dos operários que não sabiam que estavam sendo explorados. Segundo ele, para que eles continuassem nesse estado os burgueses (ricos) se utilizavam da ideologia.
A ideologia pode ser definida como a falsa consciência das relações de domínio entre as classes, se trata de uma falsa crença política.
É interessante observar que a ideologia não é concebida como uma mentira que os indivíduos da classe dominante inventam para a classe dominada. Também eles sofrem a influência da ideologia, o que lhes permite exercer sua dominação como se fosse algo natural.
Ainda hoje, sofremos influências da ideologia, mas de forma disfarçada, através da televisão, do rádio e dos diversos meios de comunicação. Isto atrapalha o pensar coerente, e nos prende a uma visão imposta pela sociedade.





7. A questão da verdade

Comecemos distinguindo verdade e realidade. Na linguagem cotidiana, confundimos estes conceitos. Se nos referimos a um colar, a um quadro, a um dente, só podemos afirmar que são reais e não verdadeiros ou falsos.
Para o filósofo Descartes, o critério da verdade é a evidência. Evidente é toda idéia clara e distinta, que se impõe imediatamente e por si só ao espírito. Trata-se de uma evidência resultante da intuição intelectual.
Para Nietzsche é verdadeiro tudo o que contribui para fomentar a vida da espécie e falso tudo o que é um obstáculo ao seu desenvolvimento.
A verdade pode ainda ser entendida como resultado do consenso, enquanto conjunto de crenças aceitas pelos indivíduos em um determinado tempo e lugar e que os ajuda a compreender o real e agir sobre ele.
É difícil e complexa a discussão a respeito dos critérios da verdade, mesmo porque são diferentes as posturas que temos diante do real quando dispomos a compreendê-lo.
O importante é entendermos que ninguém possui a verdade absoluta, pois tudo depende do ponto de vista que se tome. Como dizia Saint-Éxupery "A verdade para o homem é o que faz dele um homem".

8. Dogmatismo e ceticismo

É possível conhecer a verdade? Para tal pergunta, há duas respostas radicais: o ceticismo, que afirma a impossibilidade o de se conhecer a verdade, e o dogmatismo, que diz o contrário.
Podemos definir ceticismo com a doutrina segundo a qual o espírito humano não pode conhecer com certeza; e conclui pela suspensão do juízo e pela dúvida permanente.
Para os céticos, o conhecimento verdadeiro, certo e definitivo sobre algo pode ser buscado. No entanto, jamais será atingido.
Podemos definir como dogmatismo toda atitude de conhecimento que consiste em acreditar estar de posse da certeza o da verdade antes de fazer a crítica da faculdade de conhecer.
Contrariamente ao ceticismo, o dogmatismo defende a existência de verdades absolutas e indiscutíveis. Dessa forma, a adesão incondicional a princípios tidos como um irrefutáveis, bem como a imposição de doutrinas não comprovadas de modo algum, são traços característicos aqueles que aderem ao dogmatismo.
O ceticismo e o dogmatismo, embora sejam posturas antagônicas, compartilham uma visão imobilista do mundo: ou dogmatismo atingiu uma certeza e nela permanece, o ceticismo anseia pela certeza e decide que ela é inalcançável.

9. Consciência Mítica

Mito, do grego mythos, significa, etimologicamente, fábula. É uma narrativa na qual a palavra é usada para transmitir e comunicar coletivamente a tradição oral, preservando a sua memória e garantindo a continuidade da cultura. Os mitos exprimem pelas palavras a existência humana no mundo, tornando a concreta.
Os mitos expressam a capacidade inicial do homem de compreender o mundo. Surgem como modelos explicativos para satisfazer a curiosidade e as exigências da mente primitiva, embora desprovidos de conteúdo passível de convencer a razão humana.
Temos inicialmente a impressão de que os mitos não passam de lendas e tem pouco a ver com existência real e vivida de cada ser humano. Na verdade, essa é uma falsa idéia acerca dos mitos. A consciência mítica, bem como consciência filosófica, é a maneira que o ser humano encontrou para organizar um conhecimento sobre a realidade.
Os relatos míticos, apoiados em uma lógica sensível, explicam a realidade concreta, conferindo significados há um mundo aparentemente caótico e desorganizado.



10. Características da Filosofia Nascente

As explicações oferecidas pelo mito e pela religião tem a força do sagrado. A voz do mito e da religião é a voz dos deuses e com os deuses não se discute. Assim, para muitos pessoas acostumadas a aceitar tudo sem discussão, a compreensão do homem e do mundo era garantida pelo mito e pelas crenças religiosas, como se tudo fosse parte de uma ordem natural irreversível das coisas.
No entanto, para os gregos, povo particularmente intrigado por natureza, os mitos e as crenças religiosas e pouco a pouco perderam força que tinham como elementos explicativos para as dúvidas que os assaltavam.
É nesse contexto que surge a filosofia como uma tentativa de compreender e explicar o sentido último das coisas, a partir delas mesmas, tendo como conseqüência o abandono da inteligibilidade fornecida por entidades sobrenaturais, mágicas e míticas.
É importante ressaltar que a consciência filosófica não surge ao acaso. O ser humano, na busca incessante de compreensão da realidade que o cerca, do contexto em que vive, insatisfeito com as explicações míticas, movido pela admiração elabora racional e logicamente os conhecimentos adquiridos pelo mito e pela religião e ao longo do tempo aborda e investiga o mundo e os seres vivos que nele existe:eis a filosofia.

Mitologia Grega

11. Origem da Mitologia Grega

As lendas que contam as aventuras dos deuses e heróis são chamadas mito, o conjunto dos mitos forma a Mitologia.
A mitologia teve sua origem na Grécia com a mistura de deuses e crenças de vários povos e de várias origens durante os séculos de formação das suas Cidades-Estados. Outra característica da religião grega é o antropomorfismo, isto é, os deuses tinham forma, virtudes e defeitos humanos.
Com a invasão da Grécia pelos macedônicos e após pelos romanos, estes assimilaram as divindades gregas que foram rebatizadas com nomes em latim (latinos).
O culto aos deuses mitológicos Greco-Romanos só teve fim no governo do imperador romano Teodósio no ano de 391d.C., com a proibição dos cultos pagãos e a instituição do Cristianismo como religião oficial do Império Romano.
A mitologia grega possui uma hierarquia de: Deuses, semideuses, monstros e heróis. Os gregos acreditavam em destino e os primeiros deuses foram chamados de Titãs, os deuses que conhecemos hoje, são os Olímpicos, posteriores a estes.

12. O Alfabeto Grego

NOME
MAIÚSCULO
MINÚSCULO
TRANSCRIÇÃO
Alfa
Α
α
a
Beta
Β
β
b
Gama
Γ
γ
g
Delta
Δ
δ
d
Épsilon
Ε
ε
e
Zeta
Ζ
ζ
z
Eta
Η
η
e
Teta (Theta)
Θ
θ
th, t
Iota
Ι
ι
i
Capa (Kappa)
Κ
κ
k, c, qu
Lamda
Λ
λ
l
Μ
μ
m
Ν
ν
n
Csi (Xi)
Ξ
ξ
x
Ômicron
Ο
ο
o
Pi
Π
π
p
Ro (Rho)
Ρ
ρ
rh, r
Sigma
Σ
σ
s
Tau
Τ
τ
t
Úpsilon
Υ
υ
y
Beta
Β
β
b
Fi (Phi)
Φ
φ
ph (f)
Qui (Chi)
Χ
χ
ch, c, qu
Psi
Ψ
ψ
ps
Ômega
Ω
ω
o

13. Os Titãs

Os filhos de Urano e Geia, o Céu e a Terra, e alguns dos filhos dos doze. Freqüentemente chamados de deuses mais velhos, eles foram por muitas eras os regentes supremos do universo, tendo um tamanho enorme e sendo incrivelmente fortes.
Cronos, o mais importante dos Titãs, governou o universo até que foi destronado por seu filho Zeus, que tomou o poder para si. Os outros importantes Titãs eram Oceano, o rio que fluiu ao redor da terra; Tétis, sua esposa; Mnemósina, deusa da memória; Têmis, deusa da justiça divina; Híperon, pai do sol, da lua e da alvorada; Japeto, pai de Prometeu, que criou os mortais; e Atlas, que carregava o mundo em seus ombros.
De todos os Titãs só Prometeu e Oceano uniram-se a Zeus contra Cronos. Como resultado, eles foram honrados e os outros foram banidos para o Tártaro.
Estes deuses eram em sua maioria forças da Natureza, e eram selvagens, por isso não conviviam com os seres humanos. O primeiro deus que governou foi Urano depois Caos, posteriormente, Cronos, que foi o último dos Titãs, a partir daí os deuses passaram a viver no Monte Olímpo, convivendo com os seres humanos.
14. Os deuses Olímpicos

No Olímpo, os deuses formavam uma sociedade que era classificada quanto à autoridade e poder.  Céu ou paraíso, o mar e a terra.
 Os doze deuses chefes, usualmente chamados de olimpianos eram Zeus, Hera, Hefestos, Atena, Apolo, Ártemis, Ares, Afrodite, Héstia, Hermes, Deméter e Posêidon. Zeus era o chefe dos deuses, e o pai espiritual dos deuses e das pessoas. Hera, sua esposa, era a rainha do paraíso e a guardiã do casamento. Outros deuses eram associados ao paraíso, como Hefestos, deus do fogo e das artes manuais; Atena, deusa da sabedoria e da guerra; Apolo, deus da luz, da poesia e da música; Ártemis, deusa da caça; Ares, deus da guerra; Afrodite, deusa do amor; Héstia, deusa do coração e da chama sagrada; Hermes, mensageiro dos deuses e senhor das ciências e das invenções.
 Posêidon era o senhor do mar que, junto com sua esposa Anfitrite, originou um grupo de deuses do mar menos importantes, como as nereidas e Tritão. Deméter, a deusa da agricultura, era associada com a terra. Hades, um deus importante, mas que geralmente não era considerado um olimpiano, governava o mundo subterrâneo, onde ele vivia com sua esposa Perséfone. O mundo subterrâneo era um lugar escuro e triste, localizado no centro da terra.


15. Heróis da Mitologia

Os heróis eram deuses, semideuses ou mortais que se destacaram pela grandiosidade de seus feitos fossem eles heróicos ou trágicos. Eis aqui uns dos principais:
Perseu: Seu grande feito foi matar a medusa, utilizando as sandálias de Hermes e o escudo de Atenas.
Hércules: Filho de Zeus e Alcmena era conhecido por sua enorme força e por realizar os 12 trabalhos.
Atalanta: Conhecida por ter matado um Javali gigante que ameaçava o príncipe Iásos, foi transformada em um leão por Zeus.
Aquiles: Filho de Zeus com uma mortal foi um grande guerreiro, sendo invulnerável, exceto pelo calcanhar foi morto com uma flechada neste.
Paris: Seqüestrador de Helena seu destino, segundo o oráculo, era acabar com Tróia pelo fogo.
Teseu: filho do Rei Ageu matou o minotauro e fugiu com a princesa de Tróia.
Jasão: Criado pelo centauro Quiron, pegou o velocino de ouro.

16. Animais e Monstros

  Os monstros geralmente existiam por três motivos:
  Guardião: criado para guardar algo.
  Castigo: alguma ofensa feita há um deus era castigada com a transformação em monstro.
  Junção: Às vezes a junção de uma deusa com um deus, ou de um deus com uma mortal, resultava num monstro.
Os Principais monstros eram:
Centauros: animal fabuloso, metade homem e metade cavalo.
Ciclopes: Gigantes monstruosos, de força descomunal, que possuíam apenas um olho no meio da testa. Medusa: era uma das três Górgonas, Tinham serpentes em vez de cabelos, presas pontiagudas, mãos de bronze e asas de ouro e petrificavam quem as olhasse.
Minotauro: ser monstruoso com corpo de homem e cabeça de touro, filho da rainha de Creta e de Posêidon.
Pégaso: segundo a mitologia grega, nasceu do sangue da Medusa, após ser esta decapitada por Perseu. Era um cavalo alado.
Cérbero: Um cachorro com três cabeças e cauda de dragão que vigiava a entrada do Hades.
Hidra: Monstro de nove cabeças que vivia num pântano próximo a Lerna, na Grécia.

17. Lugares da mitologia

São três, os principais lugares da mitologia, habitados pelos deuses, com seus respectivos deuses: Olímpio, Oceano e Hades.
Olímpo: O palácio misterioso do senhor soberano, pai dos deuses e dos homens, Zeus.
Da sua morada no cimo do monte Olímpio, observava os mortais, com sua mulher Hera, e seus filhos, se alimentando de Néctar e Manjar.
Oceano: Seu rei era Posêidon, fé sua mulher é Anfitrite uma ninfa. Tritão era seu filho, um semideus marinho, a parte superior de seu corpo até os rins era o de um homem, a parte inferior era de um peixe de longa cauda; parecidas com ele haviam as nereidas, metade peixe e metade mulher.
Hades: É o lugar subterrâneo onde descem as almas depois da morte, seus principais habitantes, são:
Hades: Irmão de Zeus e Posêidon comandava o mundo inferior.
Perséfone: Filha de Zeus se perdeu no mundo inferior, tornando-se mulher de Hades.
Caronte: O barqueiro responsável, por levar as almas dos mortos.
Hipnós: Deus do sono.
Eros: Deus do Amor físico


18. Os 12 Trabalhos de Hércules

(1) estrangulou um leão, de pele invulnerável, que aterrorizava o vale de Neméia;
(2) matou a hidra de Lerna, monstro de muitas cabeças;
(3) capturou viva a corça de Cerinéia, de chifres de ouro e pés de bronze;
(4) capturou vivo o javali de Erimanto;
(5) limpou os estábulos de três mil bois do rei Augias, da Elida, não cuidados durante trinta anos;
(6) matou com flechas envenenadas as aves antropófagas dos pântanos da Estinfália;
(7) capturou vivo o touro de Creta, que lançava chamas pelas narinas;
(8) capturou as éguas antropófagas de Diomedes;
(9) levou para Edmeta, filha de Euristeu, o cinturão de Hipólita, rainha das guerreiras amazonas;
(10) levou para o rei de Mecenas o imenso rebanho de bois vermelhos de Gerião;
(11) recuperou as três maçãs de ouro do jardim das Hespérides, por intermédio de Atlas, que sustentava o céu sobre os ombros e executou por ele esse trabalho, enquanto Hércules o substituía.
(12) apoderou-se do cão Cérbero, guardião das portas do inferno, de três cabeças, cauda de dragão e pescoço de serpente. Hércules realizou outros atos de bravura e participou da viagem dos argonautas em busca do velocino de ouro.

19. Objetos Sagrados

Os objetos sagrados dos gregos eram geralmente colocados no altar do templo do deus a quem pertencia, eis alguns:
Arco e Flecha de Apolo e Ártemis: Simboliza o masculino ou Animus e o feminino ou Anima, ou seja, as partes ativas e receptivas da personalidade.
Caduceu de Hermes: Objeto ligado à cura e à medicina, sendo que primeiramente pertenceu a Apolo.
Foicinho das Amazonas: O foicinho vem a ser uma foice pequena; é um símbolo da Lua Crescente, associado a Cronos.
Lança de Athena: Athena é uma Deusa guerreira, e sua lança simboliza o triunfo do feminino, a libertação das energias femininas que se encontram subjugadas à dominação masculina agressiva de Ares, seu irmão e Deus da guerra.
Tridente de Posêidon: Símbolo das Divindades do mar, originariamente representava os dentes dos monstros marinhos.
Tirso de Dioniso: Este instrumento é um bastão de madeira, ornado por finos galhos de hera e videira, com uma pinha pequena em sua extremidade superior.
Cornucópia: Sendo um chifre de touro, vaca ou cabra, conhecida como Chifre da Fartura, que continha uma infinita provisão de alimentos.

20. O Mito Hoje

O homem moderno, tanto quanto o antigo, não é só razão, mas também afetividade e emoção. Hoje em dia, os meios de comunicação de massa trabalham em cima dos desejos e anseios que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva.
 O mito recuperado do cotidiano do homem contemporâneo, não se apresenta com a abrangência que se fazia sentir no homem primitivo. Os mitos modernos não abrangem mais a totalidade do real como ocorria nos mitos gregos, romanos ou indígenas. Podemos escolher um mito da sensualidade, outro da maternidade, sem que tenham de ser coerentes entre si. Os super-heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos, bem como os personagens de filmes (Rambo e outros), passam a encarnar o Bem e a Justiça, assumindo a nossa proteção imaginária.
A própria ciência pode virar um mito, quando somos levados a acreditar que ela é feita à margem da sociedade e de seus interesses, que mantém total objetividade e que é neutra. A nossa forma de compreensão do mundo desacraliza o pensamento e a ação (isto é, retira dele o caráter de sobrenaturalidade), fazendo surgir à filosofia, a ciência e a religião.

Filosofia Grega

21. O Surgimento da Filosofia Grega

Os historiadores dizem que a filosofia possui data e local de nascimento: final do século VI antes de Cristo, na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto.
A filosofia se inicia como uma cosmologia. A palavra cosmologia é composta de duas outras: cosmos, que significa mundo ordenado e organizado e logia, que vem da palavra logos, que significa pensamento racional, o discurso racional, conhecimento.
Assim, filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do mundo ou da natureza, donde cosmologia.
A filosofia nasceu realizando uma transformação gradual sobre os mitos gregos, fazendo uma ruptura com os mitos. Os principais motivos dessa ruptura foram:
As viagens marítimas: que permitiram que os gregos descobrissem que os locais que os mitos diziam habitados por deuses, eram na verdade habitados por outros seres humanos.
Invenção da escrita: os mitos não eram mais necessários e para que a história fosse passada de geração a geração.
Invenção da política: o destino agora esta nas mãos dos homens e não mais na mão dos deuses.
Os primeiro os filósofos ficarão conhecidos como pré-socráticos, devido ao surgimento posterior do mais famoso filósofo grego Sócrates.

22. Períodos da Filosofia

 Os principais períodos da filosofia no decorrer da história foram:
Filosofia Pré-Socrática: Pré-socráticos são os filósofos anteriores a Sócrates que viveram na Grécia por volta do século VI a.C., considerados os criadores da filosofia ocidental.
Filosofia Clássica: De 470 a.C. a 320 a.C., a filosofia da Grécia antiga teve nos sofistas e em Sócrates seus principais expoentes. Eles se distinguem pelo desejo de guiar a vida de acordo com a sabedoria.
Filosofia Pós-Socrática: De 320 a.C. até o início da Era Cristã, as correntes filosóficas do ceticismo, epicurismo e estoicismo traduzem a decadência política e militar da Grécia.
Filosofia Medieval: Ao retomar o platonismo, o teólogo romano Santo Agostinho identifica o mundo das idéias com o mundo das idéias divinas.
Filosofia Moderna: Em contraste à filosofia medieval, dogmática e submissa à Igreja, a filosofia moderna é profana e crítica.
Filosofia Contemporânea: Marcada por várias linhas de pensamento, a mais conhecida é o existencialismo.

23. Pré-socráticos

Primeiros filósofos gregos, eles recebem essa denominação por ter vivido antes de Sócrates, que desloca o foco da reflexão filosófica da natureza para o homem e o mundo das idéias. A característica comum aos pré-socráticos é a preocupação com o mundo natural (physis, em grego).
Tales de Mileto, Anaximandro (611 a.C? -547 a.C.) e Anaxímenes (570 a.C? -500 a.C.), estão entre os primeiros pré-socráticos. Para Tales, a água é a origem de todas as coisas. Anaximandro acha que a substância primeira é o Apeíron ou a matéria ilimitada, da qual provêm todos os seres finitos e limitados. Já Anaxímenes acredita que é do ar que derivam todas as coisas.
Empédocles (493 a.C? -430 a.C?) nomeia como substâncias fundamentais os quatro elementos: a terra, a água, o ar e o fogo. No lugar dos quatro elementos, Demócrito, outro pré-socrático, acredita que a realidade é composta de átomos e do vazio. O eterno movimento entre eles e suas diferentes combinações explicam a formação dos diversos mundos.
Ao apontar como verdadeira substância do mundo algo imaterial, como a alma imortal e as essências eternas, que constituem o mundo da harmonia e dos números, Pitágoras (582 a.C? -500 a.C?) encerra essa fase, tornando-se o primeiro pensador do século VI a antecipar o mundo platônico das idéias.

24. Heráclito e Parmênides


Destacamos aqui, dois das principais pré-socráticos: Heráclito e Parmênides. Esses dois filósofos e possuem um pensamento profundo e contrário o entre si.
Heráclito (544-484 a. C) nasceu em Éfeso. Para ele todas as coisas mudam sem cessar, e o que temos diante de nós em dado momento é diferente do que foi a pouco e do que será depois: "Nunca se mergulha duas vezes no mesmo rio", pois a segunda vez não somos os mesmos, e também o Rio mudou.
Portanto não há ser estático, este dinamismo pode ser representado pelo fogo, forma visível e da instabilidade, símbolo da eterna a agitação do devir, "O fogo eterno e vivo, que ora se acende e ora se apaga".
Parmênides (540-470) viveu em Eléia, no seu pensamento critica a posição de Heráclito, para ele, é absurdo e impensável considerar que uma coisa pode ser e não ser ao mesmo tempo, isto se opõe o ao princípio da identidade.
Para Parmênides, o ser é único, imutável, infinito e imóvel. O movimento existe apenas no mundo sensível e a percepção levada a efeito pelos sentidos é ilusória.

25. O Pensamento de Sócrates

Filósofo grego (470 a.C? -399 a.C.), considerado um dos fundadores da filosofia ocidental. Nasce em Atenas e inicia os estudos sobre a natureza da alma humana e a busca do conhecimento influenciado por Anaxágoras. Tido em sua época como o mais sábio dos homens, julga-se imbuído da missão divina de converter os cidadãos de Atenas à sabedoria e à virtude.
Seu método se divide em duas partes. Pela ironia (do grego eironéia, perguntar) ele força seu interlocutor a reconhecer que ignora o que pensava saber. Descoberta a ignorância, tenta extrair do interlocutor a verdade contida em sua consciência (método denominado maiêutica).
Seu pensamento só pode ser conhecido por meio das obras de Platão, já que não deixou nada escrito. Sócrates questiona as tradições gregas, entre elas costumes dos cidadãos e suas crenças, inclusive nos deuses. A inteligência para pensar e o talento para a oratória o tornam popular entre os jovens atenienses, o que desperta a atenção dos cidadãos poderosos e conservadores da cidade.
Denunciado como subversivo por não acreditar nos deuses gregos, por introduzir novos deuses e por corromper a juventude, é condenado a suicidar-se com cicuta, sentença cumprida em Atenas.

26. O Pensamento de Platão

Seu nome verdadeiro era Arístocles, o apelido de “Platão” (costas largas) recebeu por ser um atleta. Após a morte de Sócrates, em 399 a.C., deixa Atenas e viaja por vários anos, até fixar-se no Egito. De volta a Atenas, funda em 387 a primeira escola de filosofia de que se tem notícia, a Academia, em que trata de recuperar a filosofia de Sócrates.
Platão afirma que as idéias são o próprio objeto do conhecimento intelectual, a realidade metafísica. Para melhor expor sua teoria, utiliza-se de uma alegoria, o mito da caverna, no qual a caverna simboliza o mundo sensível, a prisão, os juízos de valor em que só se percebem as sombras das coisas.
O exterior é o mundo das idéias, do conhecimento racional ou científico. Feito de corpo e alma, o homem pertenceria simultaneamente a esses dois mundos. A tarefa da filosofia seria libertar o homem da caverna, do mundo das aparências para o mundo real, das essências.
No campo político escreveu seu livro, “A república”, onde fala do tipo de cidade perfeita para ele, e divide as pessoas por categoria de alma: barro, bronze, prata e ouro.

27. Pensamento de Aristóteles

Aristóteles (384 a.C. -322 a.C.), aperfeiçoa e sistematiza as descobertas de Platão e Sócrates. Desenvolve a lógica dedutiva clássica, que postula o encadeamento das proposições e das ligações dos conceitos mais gerais para os menos gerais.
Vai para Atenas com 17 anos e lá se torna discípulo de Platão até os 37. Após a morte de Platão, fica três anos em Assos, na Ásia Menor, antes de se mudar para a ilha de Lesbos.
A lógica, segundo ele, é um instrumento para atingir o conhecimento científico, ou seja, aquilo que é metódico e sistemático. Ao contrário de Platão, afirma que a idéia não possui uma existência separada - ela só existe no ser real e concreto.
Para Aristóteles, o caminho certo sempre se encontra no meio termo, existem também três tipos de almas, mas todas fazem parte do corpo e morrem com ele:
Vegetativa: Dos vegetais. Permite-lhes crescer.
Sensitiva: Dos animais. Permite-lhes que sintam.
Intelectiva: Do ser humano. Permite-lhes pensar.
Ele abrange várias áreas do conhecimento, como lógica, ética, política, teologia, metafísica, poética, retórica, antropologia, psicologia, física e biologia, sendo criador de algumas destas palavras.

28. Epicurismo e Estoicismo

Epicuro e seus seguidores, os epicuristas viam no prazer, obtido pela prática da virtude, o bem. O prazer consiste no não-sofrimento do corpo e na não-perturbação da alma. Os estóicos, como Sêneca e Marco Aurélio, pregam que o homem deve permanecer indiferente a circunstâncias exteriores, como dor, prazer e emoção. Procuram submeter sua conduta à razão, mesmo que isso traga dor e sofrimento, e não prazer.
Epicuro (341 a.C. -270 a.C.) era filho de pais atenienses, nasce na ilha de Samos e se interessa por filosofia ainda na adolescência. Por causa de seu pensamento, muito prático, acaba se opondo ao pensamento platônico e aristotélico. O epicurismo é mal interpretado pelos adversários, para os quais o filósofo prega a exaltação do corpo e o desestímulo ao espírito e à cultura.
Zenão de Sitio, nasceu em 355 d.C, e foi criador do estoicismo, para ele o homem é feliz quando aceita seu destino com imperturbabilidade e resignação. O universo é um todo ordenado e harmonioso, onde os sucessos resultam do cumprimento da lei racional, natural e perfeita. Seguir a lei é para ele, a principal virtude, e a arte de bem viver consiste na aceitação da ordem universal, compreendida pela razão.

29. Neoplatonismo

O neoplatonismo pode ser considerado como o último e supremo esforço do pensamento clássico para resolver o problema filosófico, que tinha encontrado um obstáculo intransponível no dualismo e racionalismo gregos - dualismo e racionalismo que nem sequer o gênio sintético e profundo de Aristóteles conseguiu superar.
 O neoplatonismo julga poder superar o dualismo, mediante o monismo estóico, na qual o aristotelismo fornece, sobretudo os quadros lógicos; e julga poder superar, completar, integrar a filosofia mediante a religião, o racionalismo grego mediante o misticismo oriental, proporcionando o racionalismo grego especialmente a forma, e o misticismo oriental o conteúdo.
Um dos principais representantes deste movimento foi Plotino.
O pensamento de Plotino é semelhante ao de Platão, pela desvalorização da sensibilidade como aparência, opinião, com respeito ao pensamento. A sensação representa o primeiro grau de conhecimento humano, manifestando-se nela obscuros vestígios da verdade.
Segue-se, superior à sensibilidade, a razão: conhecimento mediato, discursivo, dialético, demonstrativo, que atinge as idéias, as essências das coisas. A razão é a atividade do espírito, que conhece enquanto vem iluminado pelo pensamento propriamente dito, o qual é superior ao espírito.


30. Filosofia Patristica

A Filosofia patristica abrange o período que vai do, do século I ao século VII. Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João e termina no século VIII, quando teve início a Filosofia medieval.
A patristica resultou do esforço feito pelos dois apóstolos intelectuais (Paulo e João) e pelos primeiros Padres da Igreja para conciliar a nova religião – o Cristianismo – com o pensamento filosófico dos gregos e romanos, pois somente com tal conciliação seria possível convencer os pagãos da nova verdade e convertê-los a ela. A Filosofia patristica liga-se, portanto, à tarefa religiosa da evangelização e à defesa da religião cristã contra os ataques teóricos e morais que recebia dos antigos.
Para impor as idéias cristãs, os Padres da Igreja as transformaram em verdades reveladas por Deus (através da Bíblia e dos santos) que, por serem decretos divinos, seriam dogmas, isto é, irrefutáveis e inquestionáveis.
Com isso, surge uma distinção, desconhecida pelos antigos, entre verdades reveladas ou da fé e verdades da razão ou humanas, isto é, entre verdades sobrenaturais e verdades naturais, as primeiras introduzindo a noção de conhecimento recebido por uma graça divina, superior ao simples conhecimento racional.

Filosofia Moral

31. Ética e moral

Os conceitos de moral e ética, embora sejam diferentes, são com freqüência usados como sinônimos. Aliás, a etimologia dos termos é semelhante: moral vem do latim moris que significa conjunto de regras. ética vem do grego ethos, que significa costume.
Em sentido bem amplo, a moral é o conjunto das regras de conduta admitidas em determinada época o por um grupo de homens. Nesse sentido, o homem moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgredir as regras do grupo.
A ética é a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e princípios que fundamentam a vida moral. Essa reflexão pode seguir as mais diversas direções, dependendo da concepção de o homem que se toma como ponto de partida.
Então, a pergunta "O que é o bem e o mal?", responderemos de forma diferente, dependendo do nosso ponto de partida, se partimos da religião, podemos dizer que o bem é Deus e o mal pecado. Já para o filósofo Aristóteles o bem seria aquilo que está no meio termo enquanto o mal o que permanece nos dois extremos.

32. A consciência moral

O comportamento moral é consciente, livre e responsável. É também obrigatório, cria um dever. Desta forma a obediência a regras livremente escolhidas não é prisão; ao contrário, é liberdade.
A essa característica humana de discernir o justo do injusto, o que deve ser preferido do que deve ser recusado, o bem do mal, dá-se o nome de consciência moral.
Podemos definir como consciência moral à capacidade de distinguir o bem do mal, de que resulta o sentimento do dever ou interdição ao se praticarem determinados atos, e a aprovação ou remorso por havê-los praticado.
A consciência moral, como juiz interno, avalia a situação, consulta as normas estabelecidas, as interioriza como suas ou não, toma decisões e julga seus próprios atos.
No entanto, o compromisso não exclui a não obediência, o que determinará justamente o caráter moral ou imoral do nosso ato. Por isso a o filósofo Gabriel Marcel disse:
"O homem livre é o homem que pode prometer e pode atrair".
Isto implica em dois conceitos, "Autonomia", você faz a sua própria lei; "heteronímia”, você apenas aceita as leis já prontas.

33. O Ato Moral

Como já vimos, a criação do mundo moral exige do homem a consciência crítica, que chamamos de consciência moral. É a consciência que discerne o valor moral dos nossos atos.
O ato moral é, portanto constituído de dois aspectos: o normativo e o factual.
O normativo são as normas e regras de ação e os imperativos que enunciam o dever ser. Por exemplo, as regras "Não minta"; "Não mate".
O factual são os atos humanos enquanto se realizam efetivamente, seja ele moral, imoral, não-moral ou amoral.
O ato factual será moral ou imoral, conforme esteja de acordo não com a norma estabelecida. Por exemplo, diante da norma "Não minta”, o ato de mentir será considerado imoral.
Considera-se amoral o ato realizado à margem de qualquer consideração a respeito das normas. Trata-se da redução ao factual, negando o normativo.
Convém distinguir a postura amoral da não-moral, quando nos utilizamos os critérios de avaliação que não são os da moral.

34. A concepção Grega de Moral

No período clássico da filosofia grega, os sofistas rejeitam a tradição mítica ao considerar que os princípios morais resultam de convenções humanas.
Sócrates se contrapõem aos sofistas ao buscar aqueles princípios não nas convenções, mas na natureza humana.
Para Platão o ato moral se identifica com sabedoria e imoral com a ignorância: portanto, a moral pode ser aprendida. Desta forma alcançar o bem se relaciona com a capacidade de compreender o bem.
Aristóteles, o discípulo de Platão, concorda com ele, mas afirma que o homem busca a felicidade, que consiste não nos prazeres nem na riqueza, mas na vida teórica e contemplativa cuja a plena realização coincide com o desenvolvimento da racionalidade.
Na Grécia antiga se destacam também duas correntes de pensamento moral: o hedonismo e o estoicismo.
Para os hedonistas (hedoné = prazer) o bem se encontra no prazer, mas o principal representante do hedonismo, Epicuro, privilegia os prazeres espirituais, dentre os quais aqueles referentes à amizade.
Na mesma época, o estóico Zeno de Citio, despreza os prazeres em geral, ao considerá-los fonte de muitos males. As teorias históricas foram bem aceitas pelo cristianismo ainda na época do império romano, o der também fecundadas idéias a acéticas do período medieval.

35. A moral medieval

Durante a idade média, a visão teocêntrica (teo =Deus, Centrica = centro) do mundo fez com que os valores religiosos impregnam as concepções éticas, de modo que os critérios do bem e do mal se achavam vinculados à fé e dependiam da esperança da vida após a morte.
Na perspectiva religiosa os valores são considerados transcendentes, porque resulta da doação divina, o que determina a identificação do homem moral com o homem temente a Deus.
A moral crista se baseia na existência de Deus e dos homens criados a sua imagem e semelhança, cuja conduta ética tem que se pautar pelo amor a Deus e pelo amor ao próximo.
É da idade média que adquirimos a moral que temos hoje, como também os moralismos. Durante este período a idéia que se tinha do homem era platônica, ou seja, “O corpo é o cárcere da alma”, assim devemos abandoná-lo e buscar as coisas espirituais, deste ponto de partida surgem várias concepções erradas que algumas pessoas possuem até hoje, como: a que os prazeres do corpo são imorais, a idéia de que a mulher é inferior aos homens e de que devemos aceitar os sofrimentos que a vida nos oferece sem reclamar.




36. O Livre Arbítrio

O homem tem a capacidade de discernimento, o que lhe possibilita fazer escolhas voluntárias, autônomos e independentes de qualquer pressão interna ou externa.
O homem tem o poder de escolher um ato ou não, independente das forças que os que o constrange. Ser livre é decidir e agir como se quer, sem qualquer determinação causal, quer seja exterior quer seja interior.
Tal é o livre arbítrio, segundo a concepção de diferentes filósofos ao longo do tempo.
Do latim liberum arbitrium, é o poder de se determinar sem outra regra que a própria vontade; vontade não constrangida. Refere-se o livre-arbítrio principalmente as ações e a vontade humanas, e pretende significar que o homem é dotado de poder de, em determinadas circunstâncias, agir sem motivos ou sem finalidades diferentes da própria ação.
A noção de livre-arbítrio foi objeto de debates calorosos durante parte da idade média, especialmente ao suscitar a questão da declarada incompatibilidade entre a onipotência divina e a liberdade humana. Um dos principais teóricos que tratou sobre essa questão foi Santo Agostinho.
O livre-arbítrio é em si mesmo indiferente: a possibilidade de escolha entre atos opostos manifesta a perfeita indiferença da vontade diante de qualquer motivação possível.

37. A ética no pensamento de Kant

Kant nasceu na Alemanha em 1724, uma de suas obras mais famosa foi a “Crítica da razão pratica” onde resume sua teoria sobre a moral. Ficou conhecido pelos seus passeios pontuais em sua cidade e pela forma rigorosamente lógica de pensar e de agir.
Desta forma, já podemos ver que Kant rejeita as concepções morais que predominam até então, quer seja a cristã, quer seja a grega, e que norteiam a ação moral a partir de condicionantes como felicidade ou interesse.
O agir moralmente funda-se exclusivamente na razão. A lei moral que a razão descobre é universal, pois não se trata de descobertas subjetivas.
Isso pode ser sintetizado nas seguintes afirmações do próprio Kant: "Age sempre de tal modo que trates a humanidade, tanto na sua pessoa como a do outro, como fim e não apenas como meio".
A autonomia da razão para legislar supõe a liberdade e o dever, já que é assumida pelo sujeito que livremente sem autodetermina.
O pensamento de Kant foi importante para fornecer categorias da moral iluminista racional, acentuando o caráter pessoal da liberdade.

38. Nietzsche é a moral dos senhores

Nietzsche nasceu na Alemanha em 1844 o seu pensamento se orienta no sentido de recuperar as forças inconscientes, vitais, instintivas subjugadas pela razão durante séculos.
Nietzsche relembra a Grécia homérica, onde eram valorizados os soldados mais fortes e os verdadeiros valores aristocráticos.
Ao fazer a crítica da moral tradicional, Nietzsche elabora dois tipos de moral, a falsa "De rebanho" cujos valores seriam a bondade, a humildade, a piedade e o amor ao próximo. Contrapunha-se a ela a moral "De senhores", uma moral positiva que visa à conservação da vida e dos seus instintos fundamentais.
Podemos definir esses dois tipos de moral da seguinte forma:
Moral dos senhores: é positiva, porque é baseada no sim a vida, configura o signo da plenitude, do acréscimo. Por isso se funda na capacidade da criação, de invenção cujo resultado é a alegria, conseqüência de afirmação da potência.
Moral de rebanho: nega os valores vitais e resulta na passividade, na procura da paz e do repouso. O homem se torna enfraquecido e diminuído em sua potência. A alegria é transformada em ódio à vida, o ódio dos impotentes.

39. Moral e virtude

Viemos observando a que os valores morais modificam-se no decorrer da história e tem seu conteúdo determinado por condições históricas. Se tomarmos a "Ética a Nicômaco”, de Aristóteles, nela encontraremos a síntese das virtudes que constituem a “Arete” (a virtude de ou excelência ética), perceberemos as diferenças entre ela e a nossa moral.
Aristóteles distingue vícios e virtudes pelo critério do excesso, da falta e da moderação: um vicio é um sentimento por alguma conduta e excessiva; e a virtude, um sentimento ou uma conduta moderada.
Quando examinamos as virtudes definidas pelo cristianismo, descobrimos que embora as aristotélicas não sejam afastadas, deixam de ser as mais relevantes:
Vícios capitais: gula, avareza, preguiça, luxúria, cólera, inveja e o orgulho.
Virtudes Morais: sobriedade, prodigalidade, trabalho, castidade, mansidão, generosidade e modéstia.
Surge também como virtude algo que, para um grego, jamais poderia fazer parte dos valores do homem livre é: o trabalho.
Observamos assim, que o conceito de virtude também foi sofrendo modificações no decorrer da história, principalmente na relação do homem com um deus, a amizade é substituída pela caridade, os vícios são transformados em pecado, e nas virtudes Morais, encontramos um vício aristotélico: a modéstia.

40. Moral e sexualidade

O discurso moralista e puritano que temos hoje é herdeiro da tendência platônico-cristã que desvaloriza o corpo e considera que o caminho da humanização está na purificação dos sentidos.
Nessa perspectiva a sexualidade é desvalorizada como se deixasse de fazer parte do ser humano, para ser reduzida ao silêncio.
A visão platônico-cristã dissocia o amor espiritual do amor carnal e associa o sexo ao pecado, a não ser quando tem por finalidade a reprodução.
Ainda na atualidade temos, resquícios, desta visão, hoje muitas vezes o sexo, é retirado da amplitude inicial em que deveria se encontrar, isto é, em todas as ações humanas, é restrito a momentos isolados e, nas horas de lazer, e ainda reduzido à genialidade.
Para os gregos existia um a três formas de amor:
Ágape: é a paixão, se ama mais do ser amado do que a si mesmo.
Filia: é a amizade, segundo os gregos a forma de amor mais duradoura.
Eros: o amor sexual: que se têm pelo corpo do outro.
Um relacionamento para ser duradouro deveria possuir as três de amor sendo que a que sempre prevalece é a filia.

Filosofia Medieval

41. A Filosofia na Idade Média

Ao retomar o platonismo, o teólogo romano Santo Agostinho identifica o mundo das idéias com o mundo das idéias divinas. Pela iluminação, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Essa corrente é conhecida como patristica por ser elaborada pelos padres da Igreja Católica.
Entre os séculos V e XIII predomina a escolástica, conjunto das doutrinas oficiais da Igreja, influenciadas pelos pensamentos de Platão e Aristóteles. Os representantes da escolástica estão preocupados em conciliar razão e fé e desenvolver a discussão, a argumentação e o pensamento discursivo. Uma das principais correntes filosóficas da época é o tomismo, doutrina escolástica do teólogo italiano Santo Tomás de Aquino.
No plano cultural, a Igreja exerceu amplo domínio, trançando um quadro intelectual em que a fé cristã era o pressuposto fundamental de toda sabedoria humana.
Assim, toda investigação filosófica ou científica não poderia, de modo algum, contrariar as verdades estabelecidas pela fé católica. Segundo essa orientação, os filósofos não precisavam se dedicar à busca da verdade, pois ela já havia sido revelada por Deus aos homens. Restava-lhes, apenas, demonstrar racionalmente as verdades da fé.

42. Conflitos e Conciliação entre a Fé e Saber

No plano cultural, a Igreja exerceu amplo domínio, trançando um quadro intelectual em que a fé cristã era o pressuposto fundamental de toda sabedoria humana. Em que consistia essa fé? Consistia na crença irrestrita ou na adesão incondicional às verdades reveladas por Deus aos homens. Verdades expressas nas Sagradas Escrituras.
Por outro lado, surgiram pensadores cristãos que defendiam o conhecimento da filosofia grega, na medida em que sentiam a possibilidade de utilizá-la como instrumento a serviço do cristianismo.
Conciliado com a fé cristã, o estudo da filosofia grega permitiria à Igreja enfrentar os descrentes e demolir os hereges com as armas racionais da argumentação lógica. O objetivo era convencer os descrentes, tento quanto possível, pela razão, para depois fazê-los aceitar a imensidão dos mistérios divinos, somente acessíveis à fé.
Entre os grandes nomes da filosofia católica medieval destacam-se Agostinho e Tomás de Aquino. Eles foram os responsáveis pelo resgate cristão das filosofias de Platão e de Aristóteles, respectivamente, que mesmo presos às limitações de sua época possuem um grande pensamento.

43. O Pensamento de Agostinho de Hipona

Filósofo e teólogo romano (13/11/354-28/8/430). Um dos teóricos mais importantes da Igreja Católica da Idade Média. No início de seu pensamento, segue várias linhas filosóficas, como o maniqueísmo, corrente baseada no conflito entre o bem e o mal, e o ceticismo
Estudando Platão, acaba por se tornar cristão. Agostinho considera a filosofia praticamente, platonicamente, como solucionadora do problema da vida, ao qual só o cristianismo pode dar uma solução integral. Todo o seu interesse central está, portanto, circunscrito aos problemas de Deus e da alma, visto serem os mais importantes e os mais imediatos para a solução integral do problema da vida.
Embora desvalorizando, platonicamente, o conhecimento sensível em relação ao conhecimento intelectual, admite Agostinho que os sentidos, como o intelecto, são fontes de conhecimento. E como para a visão sensível além do olho e da coisa, é necessária a luz física, do mesmo modo, para o conhecimento intelectual, seria necessária uma luz espiritual, já que o mal é a ausência do bem.
Esta vem de Deus, é a Verdade de Deus, o Verbo de Deus, para o qual são transferidas as idéias platônicas. Como, o “Mito da Caverna”. Para Agostinho o corpo é a prisão da alma e a morte sua libertação.
44. O pensamento de Tomás de Aquino

Teólogo italiano (1224/25?-1274). Fundador do tomismo, que no plano teológico sustenta a possibilidade de tratar a teologia como ciência. Um dos expoentes da doutrina escolástica, como se denomina a produção filosófica, científica e teológica da idade medieval.
Sua doutrina recebe o nome de tomismo e tenta conciliar a razão e a fé, o mundo natural e o sobrenatural, baseando-se no pensamento de Aristóteles. Tomás chega a formular cinco provas de existência de Deus:
Prova da causa: Para que algo exista é necessário uma causa, Deus seria a primeira causa.
Prova do movimento: Tudo se move por algo. Deus seria o causador do primeiro movimento.
Prova do necessário: Deus não é apenas possível, logo é necessário.
Prova de Graus: Nós imperfeitos não poderíamos ter a noção de algo perfeito se não fosse dada por Deus.
Prova da Finalidade: as coisas tendem sempre a se ordenarem, a finalidade disto é Deus.
Ao subordinar a filosofia à teologia, o tomismo atrai a reação de outros escolásticos e provoca a formação de correntes filosóficas divergentes, porém vai continuar sendo a mais relevante na Idade Média.

45. A visão medieval da mulher

Na Idade Média se adotou a visão que Aristóteles tinha sobre a mulher. Aristóteles achava que uma mulher seria mais ou menos como um homem incompleto. Além disso, achava que os filhos herdariam apenas as características do pai, pois a mulher seria passiva e receptora, enquanto o homem seria ativo e criativo.
De acordo com os medievais, esses pontos de vista estariam em harmonia com a mensagem da Bíblia - que diz, por exemplo, que a mulher teria sido feita da costela de Adão.
Na Idade Média a Igreja era totalmente dominada pelos homens. O que não significa que não tenham existido mulheres pensadoras. Uma delas foi Hildegarde de Bingen (1098-1179), que viveu como freira na Renânia. Ela foi religiosa, escritora, médica, botânica e naturalista. Hildegarde é um exemplo de que, na Idade Média, as mulheres eram com freqüência práticas, e às vezes desempenhavam atividades científicas.
Havia uma antiga crença cristã e judaica que dizia que Deus teria um lado feminino, ou uma "natureza materna". As mulheres também teriam sido criadas à imagem e semelhança de Deus. Em grego, esse lado feminino de Deus é chamado de "Sophia", ou "Sofia", que significa sabedoria.

46. A ciência medieval

Na idade média e se retoma o ideal grego de ciência, valoriza-se o conhecimento teórico ao invés das atividades práticas.
Nesse panorama, a ciência continua voltada para a discussão racional e desligada da técnica e da pesquisa empírica. Os instrumentos de trabalho são rudimentares: para conhecer os corpos, só se têm os olhos; para avaliar o frio e quente, só se tem a pele.
Se a ciência medieval não é experimental, tampouco se utiliza a matemática, o que ocorrerá apenas na idade moderna. Por isso, a ciência permanece qualitativa, como na Antiguidade, mesmo porque os recursos disponíveis da matemática ainda são incipientes para se proceder a matematização.
O modelo de astronomia medieval, com seu sistema geocêntrico, com sua divisão do universo em mundo superior e inferior reproduz a hierarquia da sociedade medieval, já que toda a teoria científica deveria ter como base as verdades reveladas.
Alguns cientistas, porém faziam experiências às escondidas, e possuíam algumas teorias, que não os oficiais.

47. A alquimia

Apesar da predominância das questões religiosas que afastam os filósofos das discussões referentes à natureza, são muitas as exceções a indicar a ruptura que preparam de certa forma a crise do modelo científico da tradição grega.
  Uma delas foi e a alquimia, a atividade prática em voga no século 13 e teve importância muito grande a descoberta de novas substâncias químicas. O saber oficial desdenhava essa atividade, por demais vinculada às práticas manuais.
A alquimia era uma mistura de ciência, se acreditava que as características de uma substância eram dadas por seu espírito, assim se acreditava na transmutação (transferência de espírito). Surge então a procura pela pedra filosofal, com a qual qualquer substância poderia ser transformada em ouro ou ainda o elixir da longa vida.
A inquisição (tribunal da igreja), controlava os infratores com freqüente perseguições, muitas vezes com a condenação à fogueira sob a acusação de bruxaria. Não se pode negar a importância da alquimia para desenvolvimento das técnicas de laboratório.

48. A filosofia árabe

Outra exceção na tradição científica medieval é a contribuição dos árabes que, no seu movimento expansionista, conhece a cultura grega e iniciam sua divulgação por meio de tradução e criação de centros de estudo.
Na alquimia, contribuem na sistematização dos fatos observados durante gerações em trabalhos efetuados em laboratório, que aceleram a passagem do ocultismo para o estudo racional. Na astronomia, aperfeiçoam os métodos do trigonométricos para o cálculo das órbitas dos planetas, chegando a introduzir o conceito de seno.
Um dos filósofos medievais árabes mais importante foi Avicena. Médico e filósofo árabe, nasceu em Afsana, Pérsia. Seu pensamento é fortemente influenciado pela filosofia aristotélica, cabendo às investigações metafísicas a maior parte de suas considerações.
O cerne de sua investigação filosófica é o ser, tomado em si mesmo. Uma vez que toda realidade nos é dada como algo que é, o ser se manifesta em todas as nossas representações. Este conhecimento, contudo, não é uma abstração do sensível. Partindo dos entes, jamais se chegaria à noção de ser.

49. A Filosofia Renascentista

A desintegração das estruturas feudais, as grandes descobertas da ciência e a ascensão da burguesia assinalam a emergência do Renascimento. As novas idéias procuram romper com a tradição cristã e buscar na Antiguidade o seus próprios ideais pode homem é o centro
A filosofia dessa época é marcada pelas descobertas de obras de Platão ainda desconhecidas, de novas obras de Aristóteles, bem como pela recuperação das obras dos grandes autores e artistas gregos e romanos. São três grandes linhas de pensamento que predominavam na renascença:
Neoplatonismo: destaca na natureza como um grande ser vivo; o homem faz parte da natureza como um microcosmo e pode agir sobre ela através da magia natural, e da alquimia e da astrologia, pois o mundo é constituído por vínculos ligações secretas entre as coisas.
Pensadores de Florença: valorizava a vida ativa, isto é, a política, e defendia os ideais republicanos. Resgataram os políticos da Antiguidade e propuseram a imitação dos antigos, anterior ao surgimento do império eclesiástico.
A terceira linha é, era uma junção das duas anteriores, propunha a o ideal do homem como dono do seu próprio destino seja através natureza ou da política.

50. A filosofia de Giordano Bruno

Giordano Bruno nasceu em 1548, na Itália. Filósofo renascentista. O pensamento de Giordano Bruno representa o modelo do espírito renascentista, ao reintegrar a filosofia clássica às novas descobertas da ciência de seu tempo.
Suas principais influências são a teoria heliocêntrica de Copérnico e a teologia de Nicolau de Cusa, aliadas ao pensamento dinamista de Heráclito e à compreensão atomista, presente em Lucrécio e nos filósofos materialistas gregos.
Para Bruno, o universo está em permanente transformação, constituindo um todo no qual tudo, até mesmo a Terra, se encontra em movimento. Concordando com Copérnico quanto à afirmação do movimento terrestre, amplia, contudo, tal concepção, na consideração de um universo infinito, constituído por uma infinidade de mundos habitados.
 O movimento próprio a este universo é a transformação, a que estão sujeitos todos os entes. Esta transformação é responsável por anular todas as diferenças, que devem ser, assim, compreendidas como particularizações de nosso intelecto e compreensão limitados.



Filosofia da Religião

51. O conceito de religião

A palavra Religião vem do termo latino "religare" que em latim significa a (re) ligação do homem com Deus.
Portanto, expressa em geral a relação do ser humano com o sagrado, com aquilo que estaria além da sua compreensão, com Deus realmente.
A atuação prática da Religião está nos cultos, ritos e cerimônias. Em outras palavras, subjetivamente falando, pratica-se a religião através da adoração e veneração dos Deuses, santos ou espíritos; objetivamente através da confissão ou do culto e do direito.
Entre os povos primitivos e agricultores é muito forte o que podemos chamar de religião agrária. Basicamente, esta consiste nos ritos da fecundidade, isto é, em rituais que favoreçam a fertilidade e fecundidade. Para estes povos, por exemplo, a colheita depende exclusivamente dos deuses.
Portanto religião é, antes de tudo, o meio pelo qual o homem se relaciona com Deus, suas divindades e espíritos, bons ou ruins, não importa se é certa ou errada. Todas as religiões têm esse objetivo de re-ligar o homem a seus deuses, suas crenças e seus instintos primários, fundamento básico para a sobrevivência dos homens na natureza.

52. A religião é como narrativa da origem

A religião não muda apenas o espaço. Também qualificam o tempo, dando-lhe a marca de sagrado. O tempo sagrado é arma narrativa. Narra a origem dos deuses e, pela ação das divindades, a origem das coisas. Por isso, a na ativa religiosa sempre começa com alguma expressão do tipo "No princípio" o "Quando deus", etc.
A narrativa sagrado é a história sagrada, que os gregos chamavam de mito. Este não é uma fábula ilusória, uma fantasia sem consciência, mas a maneira pela qual uma sociedade na para si mesmo seu começo e de toda a realidade, inclusive o começo o nascimento dos próprios deuses.
Tardiamente, quando surgiu a filosofia e, depois dela a teologia (teo = deus, logia = estudo), a razão e exigirá que os deuses não sejam apenas imortais, mas também e ternos, sem começo e sem fim. antes, porém um, da filosofia e da teologia, a religião narra teogonias (teo = deus, gonias = geração), isto, a geração o nascimento e dos deuses, semideuses e heróis.
A história sagrada ou o mito narra com e porque a ordem do mundo existe como e porque foi dada aos humanos pelos deuses.
53. O Pensamento Judeu

O Judaísmo não é apenas um sistema religioso, mas também, social, cultural, político e filosófico.  Surgiu por volta do ano 2.000 a.C. Abraão é considerado seu fundador, mas Moisés seu principal representante.
O livro sagrado judeu é a Torah, composto dos cinco primeiros livros da bíblia: Gênesis, Deuteronômio, Êxodo, Levitico e Reis, que segundo a tradição teriam sido escritos por Moisés.
O Deus judeu, chamado de Javé ou Jeová, é um Deus vingativo, ciumento e rígido, mas amoroso com os que o obedece. Eles esperam um “messias” que seria um mensageiro de Javé, para libertar os judeus.
Possui várias regras entre as mais importantes estão:
1° Obediência ao decálogo: mandamentos dados por Deus a Moisés.
2° Celebração da Páscoa: passagem do Egito a Israel.
3° Dedicação do Sabatt: Para eles o sábado seria o dia dedicado a Deus.
4°Santidade do Nome de Javé: Este não pode ser pronunciado.
O menorah, candelabro de sete velas e a estrela de David, são os maiores símbolos do judaísmo.


54. O Pensamento Budista

O príncipe Sidarta, mais conhecido como Buda, foi criado em confinamento no palácio. Aos 29 anos, fica chocado ao descobrir as doenças, a velhice e a morte. Parte, então, em busca de uma explicação para o sofrimento humano.
Buda encontra sua explicação, na “Reencarnação” e na doutrina do carma, castigo de uma vida anterior. Para superar o estágio do carma e alcançar o Nirvana (Estado de consciência superior), é necessário conhecer as quatro verdades: 1° A existência implica dor, 2° A origem da dor é o desejo e a ignorância, 3° A superação da dor só é possível com o fim do desejo e da ignorância, 4° A remoção da dor pode ser alcançada por oito caminhos: compreensão correta, pensamento correto, palavra, ação, modo de vida, esforço, atenção e meditação corretos.
Buda também define cinco preceitos morais: Não magoar os seres vivos, não roubar, evitar má conduta sexual, evitar declarações indignas, como mentir, caluniar ou difamar, evitar drogas e álcool.
O budismo se divide em duas correntes:
Theravada – É a forma mais antiga de budismo, e considera Buda, um deus;
Mahayana – Considera Buda um grande Mestre, mas não um deus.

55. O Islamismo

O Islamismo é cronologicamente a terceira e a última das três grandes religiões reveladas. (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo). O seu livro sagrado é o ALCORÃO e MAOMÉ é o seu profeta, que segundo a tradição teria escrito o alcorão por ordem do arcanjo Gabriel.
Os pilares do Islamismo são:
1. Um Deus único: “Não há outro Deus a não ser Alá, e Maomé é seu profeta” (Alc 7,157);
2. Deve-se fazer cinco vezes ao dia a oração ritual ou salat;
3. O jejum ou sawn é obrigatório durante o mês de Ramadã; o crente tem de se abster de comer, beber e de ter relações sexuais, do amanhecer até o por do sol;
4. O zakat ou esmola também é obrigatória; consiste na décima parte da receita a ser entregue aos pobres. Hoje, corresponde ao imposto sobre os rendimentos nos estados muçulmanos.
5. E, finalmente, a peregrinação a Meca (hayy) que significa retorno às fontes da fé e de manifestação da unidade e universalidade do Islã.
Duas vertentes são reconhecidas no Islamismo: os sunitas (o maior e mais ortodoxo) reconhecem a sucessão de Maomé por Abu Bakr e pelos três califas que o seguiram; os xiitas reconhecem a sucessão de Maomé por Ali, seu sobrinho, são mais moderados.

56. O cristianismo

O cristianismo é a religião dos que acreditam que Jesus Cristo é o Filho de Deus, iniciou como uma seita dentro do Judaísmo, depois expulso deste se difundiu por todo o império Romano.
É no Novo Testamento que se encontram os Evangelhos, as Cartas e outros escritos em que se baseia toda a doutrina cristã.
O ensinamento de Jesus era simples. Ele proclamava o amor a Deus e ao próximo como maior mandamento; “. A proposta inicial de Jesus era reformular o judaísmo, como não conseguiu, resolveu espalhar sua doutrina ao resto do mundo”.
O grande momento do cristianismo foi no século III quando Constantino o declara religião oficial com fins políticos, com isso infelizmente o cristianismo perdeu muito de sua riqueza inicial, que só vai ser retomada devido à atitude do monge Lutero, que provocou a reforma protestante.
O Cristianismo é a religião mais numerosa do mundo.
Nos dois mil anos da sua existência é mais que uma religião é cultura vivenciada pelo testemunho de nossas vidas, práticas, acontecimentos, transmitidos de geração em geração, sempre centrados na figura de Jesus.


57. Ritos e símbolos

Porque a religião liga humanos e divindade, por que organiza o espaço-tempo, os seres humanos precisam garantir que a ligação e a organização se mantenha e sejam propícias. Para isso a são criados os ritos.
O rito é uma cerimônia em que gestos determinados, palavras determinadas, objetos determinados, pessoas determinadas e emoções determinadas adquirem o poder misterioso de presentificar o laço entre os humanos e a divindade.
No entanto, uma vez fixada a simbologia de um ritual, sua eficácia dependerá da repetição perfeita do rio, tal como foi praticado na primeira vez, porque nelas os próprios deuses orientaram gestos e palavras dos humanos.
Rito e símbolo caminham juntos, só ser humano é capaz de criar símbolos, que é a ligação de algo visível com algo invisível. O rito religioso deve ser repetitivo em dois sentidos principais: a cerimônia deve repetir um acontecimento essencial na história sagrada e, em segundo lugar atos, gestos, palavras, objetos, devem ser sempre os mesmos, porque foram, na primeira vez, consagrados pelo próprio deus.

58. A experiência do sagrado

O sagrado é uma experiência de apresentação de uma potência ou de uma força sobrenatural o que habitam algum ser, seja ele planta, animal, humano, coisas, vento, que etc.
O sagrado é a experiência simbólica da diferença entre os seres, da superioridade de alguns sobre os outros, do poderio de alguns sobre os outros, superioridade e poder sentidos como espantosos, misteriosos, desejados e temidos.
O sagrado opera o encantamento do mundo, habitado por forças maravilhosas e poderes admiráveis que agem magicamente. Criam vínculos de simpatia e de antipatia entre todos os seres e, agem à distância, enlaçam entes diferentes.
Sagrado é, pois a qualidade boa ou má, protetora tom ameaçador que possuímos se e que o separa e distingue dos outros, embora, em muitas culturas, todos eles segunda guerra mundial. O ser humano passa a perceber que a ciência não tem respostas para tudo, principalmente diante de um cenário tão triste como o das guerras mundiais.
A religião, porém, volta de maneira diferente, mais esotérica e individualista tornando presente a crença em cristais, pirâmides e seres encantados. É uma religião voltada para a relação eu e Deus e não como a, da idade média em que a religião fazia parte de todos os âmbitos da sociedade.
Temos também uma vertente política da religião, mas que só prevaleceu durante as décadas de 60 e 70. Hoje mesmo as religiões tradicionais como catolicismo e algumas vertentes do protestantismo mostram influências deste novo tipo de comportamento religioso.possuam algo de sagrado, pelo que se diferenciam uns dos outros.
A religião e pressupõe que, além do sentimento de diferença entre natural e o sobrenatural, acha o sentimento de separação entre os humanos e o sagrado, mesmo que este habite os humanos e a natureza.

59. A morte e a religião

Observando a história e os diversos povos, verificamos que o sentido da morte não é sempre o mesmo. A maneira pela qual o povo enfrenta a morte e o significado que lhe dá, refletem de certa forma no sentido que percebem a vida.
A morte e a vida não são separáveis, pois um faz parte do outro. num mundo tribal a morte não é propriamente um problema. Ela não é enfocada do ponto de vista da morte de um indivíduo, mais se acha é integrada as práticas coletivas de culto aos mortos, aos ancestrais.
Para o filósofo Martin Heidegger, o homem é um ser para morte, desta forma quando nascemos começamos a morrer.
Na nossa atualidade a morte geralmente é escondida, a grande cidade destruiu os antigos laços, separando cada vez mais as famílias e instaurando um extremo individualismo.
Acaba-se esquecendo, que a morte nos ajuda a questionar sobre a autenticidade da nossa vida, é nesses momentos que questionamos o que estamos fazendo dela.

60. A religião hoje

Com o fim da idade média, onde houve o domínio da religião, começou um novo domínio, o da ciência. Antes eram as verdades da fé que pareciam irrefutáveis, na modernidade, cria-se o mito de que a ciência possui a verdade absoluta. Até hoje temos resquícios desta mentalidade.
Este panorama só foi mudar de forma expressiva após a

Filosofia Política

61. O conceito de política

Na conversa diária, usamos uma palavra política de diversas formas que não se refere ao seu sentido fundamental. Assim, sugerimos a alguém que seja mais político na sua maneira de agir, ou nos referimos à política da empresa, o da escola da igreja.
Existe também o sentido pejorativo da palavra política, "A politicagem", falsa política em que predominam os interesses particulares sobre os coletivos. Podemos definir política, no sentido que nos interessa, como arte de governar, de gerir o destino da cidade. Etimologicamente política vem do grego polis, que significa cidade.
Aristóteles afirmava que o homem não inventou a política, e que ela é parte constituinte do ser humano. Existem na natureza três tipos de poder:
Poder paterno: exercido por um (monarquia).
Poder tirano: exercido por alguns (oligarquia).
Poder político: exercido por todos (democracia).
O melhor dos três, segundo ele, é a política, exercida somente pelo ser humano. Sócrates não concordava com ele, pois achava que o povo era incapaz de tomar decisões.

62. A democracia grega

Foi na cidade de Atenas, capital da Grécia, que se usou pela primeira vez a democracia, e isto era motivo de orgulho para seus cidadãos. A palavra democracia vem do grego demos e krátia, que significa governo do povo.
As decisões políticas em Atenas eram tomadas na praça principal chamada de Agora. Entretanto, o ideal de democracia não se cumprir de fato em Atenas, já que só tinham voz ativa, os que eram considerados cidadãos livres e isto excluíam mulheres, escravos e estrangeiros.
Segundo Sócrates a democracia era uma cilada inventara para o povo mais simples, que por isso a denuncia, como falsa política que engana o povo com longos discursos e pouca prática.
Isto, porém, não tira o mérito dos gregos, de terem rompido com aquelas características da autoridade e do poder anteriores à democracia, despóticos e patriarcais.
As principais novidades trazidas pela democracia foram duas:
Voto do cidadão livre: o destino sai das mãos dos deuses e agora esta nas mãos dos cidadãos.
Cargos públicos: eram necessários para que pudesse ser mantida a ordem, cumpridas as regras da democracia.

63. A política na idade média

Ao contrário das concepções na antiguidade, em que a função da política era assegurar uma vida boa aos cidadãos, na idade média predomina a concepção negativa de estado. Isto porque o homem teria uma natureza sujeita ao pecado e o papel do estado é o de intimar os cidadãos para que ajam corretamente.
Portanto, na idade média configuram-se duas formas de poder: a do estado e a da igreja. o estado voltado para os assuntos mundanos e a igreja voltada para os interesses da salvação das almas. A disputa entre os dois poderes assumiu diferentes expressões no decorrer do período, criando inúmeras discussões.
Agostinho, filósofo e bispo de Hipona, escreveu um livro que ficou muito famoso por tratar desse assunto intitulado "Cidade de Deus", considerando a superioridade do poder espiritual sobre o poder temporal. Desta forma o rei deveria obedecer ao papa.
No entanto, tanto a monarquia como o domínio eclesial, foram aos poucos perdendo seu poder, sendo atacados tanto pela burguesia, quanto por uma massa de camponeses, que embora tivessem conquistado a o direito de produzir eram massacrados por impostos para sustentar a vida suntuosa dos nobres da corte e dos clérigos, tudo isso vai dando espaço, ao surgimento da modernidade.

64. A teoria política de Maquiavel

Nicolau Maquiavel, nascido em 1469 na Itália, é um dos pensadores que procuram romper com a idéia medieval de política, mostrando como realmente é, sem máscaras. Ele é também um dos primeiros a separar a política da ética, no seu livro "O príncipe" mostra como deve se comportar um governante para ser bem-sucedido, vejamos os dez mandamentos de Maquiavel, contidos nesse livro:

1º Zelai apenas pelos vossos interesses;
2º Não honreis a mais ninguém além de vós;
3º Fazei o mal, mas fingi fazer o bem;
4º Cobiçai e procure fazer tudo o que puderes;
5º Sedes miseráveis;
6º Sedes brutais;
7º Lograi o próximo toda vez que puderdes;
8º Matai os vossos inimigos e, se for necessário, os vossos amigos;
9º Usai a força em vez da bondade ao tratardes com o próximo;
10º Pensai exclusivamente na guerra.

65. Thomas Hobbes e John Locke

Thomas Hobbes nasceu em 1588, inglês de família pobre, conviveu com a nobreza de quem recebeu apoio para estudar. Defendeu de forma veemente o poder absoluto, ou seja, a monarquia.
Para ele, o poder soberano deve ser ilimitado, com poder de vida e morte sobre seus súditos, caso contrário, um pouco que seja conservado da liberdade natural do homem, instaura-se de novo a guerra.
Hobbes usa a figura bíblica do Leviatã, animal monstruoso e cruel, mas que de certa forma defende os peixes, comparando com relação entre rei e súditos.
John Locke, também inglês, nascido em 1632, filho de uma família de burgueses é totalmente contra o pensamento de Hobbes.
O ponto fundamental do pensamento de Locke é que os direitos do ser humano não desaparecem por causa da política, mas a política existe para mantê-los, desta forma o governante deve ser no fiscal dos direitos e não um detentor de um poder absoluto.
A teoria política de Locke foi chamada de liberalismo, e defende também os direitos da a iniciativa privada, além de restringir a intervenção do estado, como já vimos.

66. Karl Marx e o comunismo

Karl Marx (1818-1883) viveu na Alemanha, num período em que havia uma grande exploração dos proletários (operários) pela burguesia (patrões). Não existiam ainda os direitos trabalhistas, começavam a surgir às primeiras fábricas, e havia uma grande necessidade de trabalho braçal, levando as pessoas a jornadas de 12h diárias, com salário de mera subsistência.
A resposta para isso, segundo ele, estava num novo tipo de sistema político, diferente do vigente que era o capitalismo. Marx propõe o “comunismo", sistema político dotado de dois momentos:
Primeiro momento: chamado por Marx de ditadura do proletariado, os operários tomariam o poder pela força de e instaurariam, um governo provisório que preparasse a segunda fase.
Segundo momento: o comunismo, não haveria mais governo nem a propriedade privada e tudo seria comum a todos, partilhado de forma igual.
Karl Marx foi o criador também de conceitos políticos que são utilizados até hoje, eis alguns exemplos: mais valia e menos valia (a parte que pertence ao operário e fica com o patrão), proletariado e burguesia (classes antagônicas em luta), ideologia e alienação (idéias erradas passadas pela burguesia ao proletariado).

67. O anarquismo

É comum a as pessoas confundirem anarquismo com bagunça. Na verdade, não se trata disso. Etimologicamente, a palavra formada pelo sufixo “archon” que a significa "Governante", e “na” que significa “sem”, ou seja, "Sem governo".
O princípio que rege anarquismo está na declaração de que o estado é perigoso e desnecessário, pois há formas alternativas de organização voluntária.
O principal pensador desta corrente foi o russo Bakunin seu ponto, de partida é a crítica ao individualismo burguês e do estado liberal, considerado autoritário e antinatural. Os anarquistas acreditavam na liberdade natural e na bondade natural dos seres humanos em sua capacidade para viver felizes em comunidades.
Contra o artificialismo da sociedade e do estado propõe, o retorno à vida em comunidades alto governadas, sem a menor hierarquia e sem nenhuma autoridade com poder de mando edireção.
Os anarquistas são contra a democracia da forma que conhecemos, pois a representação contém um risco de dar o poder a um burguês, prevêem a supressão da propriedade privada e sua substituição por organizações livres. Defendem o ateísmo como a condição de autonomia moral do homem "Para firmar o homem, é preciso negar Deus".

68. Fascismo e no nazismo

O fascínio predominou na Itália com Mussolini, desde de 1922, e o nazismo na Alemanha com Adolf Hitler, desde 1933. finda a segunda guerra mundial, em 1945, Mussolini foi morto e Hitler suicidou-se.
O termo fascismo, lançado por Mussolini vem do italiano, fascio que significa feixe e quer simbolizar a união do movimento. O termo nazismo surge quando Hitler entra para o partido operário alemão e muda o nome do partido, sendo a abreviação do nome dado por ele NAZI, também cria o estandarte da cruz gamada (suástica), símbolo do movimento. São três as principais características que ligam estes dois movimentos:
Doutrina: os dois movimentos possuem suas teorias baseadas na paixão pelo nacionalismo. Hitler escreveu seu livro “Mein Kampf” (minha luta), onde fundamenta a superioridade da raça ariana.
Nacionalismo: ambos os movimentos se acha um orientadas pelo nacionalismo exacerbado é, nascido do deseja retornar à nação forte, grande, auto-suficiente e com exército poderoso.
Totalitarismo: criticam o estado liberal e os princípios da democracia, a valorização das elites e do papel dos mais fortes levam a exaltação do estado: "Tudo no estado, nada fora do estado, nada contra o estado", diz Mussolini.

69. O neoliberalismo

Uma das conquistas do liberalismo clássico foi o ideal do estado não intervencionista, que deixava o mercado livre para sua auto-regulação. Tratava-se do estado minimalista, de baixa intervenção, e do liberismo, ou seja, de prevalecimento do livre mercado.
Desde a década de 40 alguns teóricos, defendia o retorno às medidas liberais do livre mercado. Os neoliberais retomam a idéia do estado minimalista, cuja ação se restringem ao policiamento, justiça e defesa nacional. O que segundo eles, não implica enfraquecimento do estado, mas no seu fortalecimento, já que se pretende reduzir os seus encargos.
A partir da década de 80, os governos dos estados unidos e da Inglaterra a São representantes da nova onda neoliberal. No Brasil as tendências se confirmam nos processos de privatização e de organismos estatais e a abolição da reserva de mercado.
De início se achava que este tipo de sistema político poderia melhorar a situação de países subdesenvolvidos, mas ao contrário tem aumentado a cada vez mais a miséria, ao mesmo tempo em que temos pessoas com acesso as mais altas tecnologias têm também pessoas que continua analfabeta; trata-se de um sistema excludente e seletista.

70. Dificuldades para democracia no Brasil

Periodicamente os brasileiros afirmam que vivemos numa democracia, depois de concluída uma fase de autoritarismo.
Por democracia entendem a existência de eleições, de partidos políticos e da divisão republicana dos três poderes (judiciário, legislativo e executivo), além da liberdade de pensamento e expressão.
Por autoritarismo, entendem o regime de governo em que o estado é o culpado através de um golpe militar, não há eleições nem partidos políticos, o poder executivo domina o legislativo e o judiciário.
Esta visão é cega para algo profundo na sociedade brasileira: o autoritarismo social. Nossa sociedade é autoritária por que divide as pessoas, em qualquer circunstância, inferiores, que devem obedecer, e superiores, que devem mandar. Não há percepção na prática da igualdade como um direito.
Isto faz com que a política esteja sempre dividida entre os interesses da classe dominante e as carências da classe dominada, sem conseguir ultrapassar carências e interesses e alcançar a esfera do direito de todos.
As leis porque exprimem o os privilégios dos poderosos com a vontade pessoal dos governantes, não são vistas como expressão de direitos nem vontades e decisões públicas coletivas. Como se observa, a democracia, no Brasil, ainda está por ser inventada.
Marilena Chauí

Introdução a Lógica

71. Conceito de Lógica

Denominação dada ao estudo das regras fundamentais da linguagem e pensamento humanos. Seu nome deriva de logos, palavra grega que significa palavra, proposição, discurso, pensamento e linguagem.
Podemos definir lógica como a ciência que investiga a validade do dos argumentos e da as regras do pensamento correto.
A lógica é, portanto o vestíbulo da filosofia, o instrumento que permite que a filosofia caminhe de forma rigorosa e científica.
O primeiro momento em que a lógica aparece no pensamento ocidental é na Grécia antiga. Apesar de muitos de seus temas terem sido prefigurados pela contribuição da sofística e pelas considerações de Sócrates e Platão, somente com Aristóteles ela alcança sua primeira e mais completa sistematização.
A lógica, no entanto não é um instrumento exclusivo da filosofia, mas serve para todos que querem agir com rigor, Ao estudar a estrutura e a natureza do raciocínio humano e reproduzi-las em fórmulas matemáticas, torna-se possível, por exemplo, a criação de uma linguagem binária, que é à base de funcionamento dos softwares para computadores.

72. Aristóteles e a lógica

A Lógica surge no Ocidente com o filósofo grego Aristóteles. Para mostrar que os sofistas (mestres da retórica e da oratória) podem enganar os cidadãos utilizando argumentos incorretos, Aristóteles estuda a estrutura lógica da argumentação.
Revela, assim, que alguns argumentos podem ser convincentes, embora não sejam corretos. A lógica, segundo Aristóteles, é um instrumento para atingir o conhecimento científico. Só se pode chamar de ciência aquilo que é metódico e sistemático, ou seja, lógico.
Na obra Organon, Aristóteles define a lógica como um método do discurso demonstrativo, que utiliza três operações da inteligência: o conceito, o juízo e o raciocínio.Exemplo:

Todo homem é mortal.
Ora, Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.
 
O raciocínio é a progressão do pensamento que se dá entre as premissas "Todo homem é mortal", "Sócrates é homem" e, a conclusão, "Sócrates é mortal".

73. Lógica depois de Aristóteles

A lógica medieval apresenta importantes contribuições ao desenvolvimento desta matéria. Pedro Abelardo, no século XII, afirma que o objeto da lógica são as palavras, compreendidas como voz significativa, isto é, nomes dotados de orientação significativa com relação aos objetos da realidade.
No século XIII, com a completa tradução para o latim da lógica aristotélica, esta sofre importantes interpretações, principalmente quanto ao estudo das categorias e da distinção entre a lógica e a ontologia, o que incentiva o caráter eminentemente formal da primeira.
Os principais pensadores a implementar a lógica neste período são Pedro Hispano, São Tomás de Aquino, Suárez, Duns Scoto, Guilherme de Ockham, entre outros.
Durante a idade moderna, a lógica cede terreno para a teoria do conhecimento, objeto principal das investigações filosóficas deste período. Contudo, é preciso mencionar as considerações lógicas de Lull, Hobbes e, especialmente, Leibniz.
Estes autores apontam a relação estreita que existe entre as regras do pensamento e as do cálculo. O projeto de Leibniz, de fundamentação matemática de todas as ciências, por compreender o cálculo como o alfabeto simbólico do pensamento humano, pode ser considerado precursor da lógica matemática, desenvolvida na contemporaneidade.

74. O argumento

O argumento é a representação lógica do raciocínio. É um tipo de operação discursiva do pensamento, consiste em encandear logicamente juízos e deles tirar uma conclusão.
O argumento possui uma estrutura de rigor constituída por proposições. A proposição é a representação lógica do juízo. O juízo é o ato pelo qual a inteligência afirma ou nega a identidade representativa dos conceitos.
Na proposição "O homem é livre”, há dois conceitos (homem e livre) em que um afirma o outro. Na proposição "O homem não é mineral", o conceito mineral é negado do conceito de homem. Na lógica os conceitos são chamados de termos, no caso os termos aqui foram: homem, livre e mineral.
Tradicionalmente, dividimos os argumentos em dois tipos, os dedutivos e indutivos, vejamos primeiramente a dedução:
Dedução: chamada por Aristóteles silogismos na dedução existem três proposições onde a última é uma conclusão, e também três termos, vejamos o exemplo:

Toda baleia é mamífero.
Ora, nenhum mamífero é peixe.
Logo, a baleia não é peixe.




75. Regras do Silogismo

O silogismo (dedução), deve obedecer oito regras, sem as quais a dedução não terá validade, não sendo possível dizer se a conclusão é verdadeira ou falsa:
1° Regra: Um silogismo deve ter um termo maior, um menor e um médio e somente três.
2° Regra: O termo médio deve aparecer nas duas premissas, mas jamais na conclusão.
3° Regra: Nenhum termo pode ser mais extenso na conclusão do que nas premissas.
4° Regra: A conclusão não pode conter o termo médio
5° Regra: De duas premissas negativas nada se conclui.
6° Regra: De duas premissas particulares nada se conclui.
7° Regra: Duas premissas afirmativas devem ter conclusão afirmativa.
8° Regra: A conclusão sempre acompanha a parte mais fraca, isto é, se uma premissa for negativa a conclusão será negativa, se uma premissa for particular a conclusão ser particular.

76. Indução

Indução é uma argumentação na qual, a partir de dados singulares suficientemente e numeradas, em que seguimos uma verdade universal. Enquanto na dedução a conclusão deriva de verdades universais já conhecidas, a indução, chega a uma conclusão a partir da experiência sensível, dos dados particulares. Exemplo:
O cobre o condutor de eletricidade;
O ferro é condutor de eletricidade;
A prata é condutora de eletricidade;
Logo, todo o metal e condutor de eletricidade.

Embora pareça frágil, a indução foi responsável, por várias descobertas científicas. Claro, que devido à falta de rigor, cabe o lógico examinar as condições favoráveis para considerar se a indução é correta ou não.

77. Tipos de Indução

Há vários tipos de indução, mas só vamos examinar os mais comuns:
Indução completa: quando há condições de serem examinados cada um dos elementos do conjunto. Exemplo:
A vista tem um órgão corpóreo;
A audição tem um órgão corpóreo;
O olfato tem um órgão corpóreo;
O paladar tem um órgão corpóreo;
O tato tem um órgão corpóreo;
Logo, todos os sentidos possuem um órgão corpóreo.

Indução incompleta: é o caso mais comum, chamada também a de indução por enumeração, em que são observados alguns elementos, dos quais se conclui uma totalidade. como vimos no texto anterior à questão do metal como condutor de eletricidade.
Indução de autoridade: na vida diária fazemos inúmeras incursões baseadas nas afirmações de pessoas que respeitamos. por exemplo, quando vamos ao médico e tomamos o medicamento, é porque acreditamos que ele é um profissional. Exemplos:
O homem foi à lua.
A terra gira em torno do sol.

78. A analogia

Embora a analogia seja um caso de indução, vamos analisá-la separadamente por ter certas características específicas.
A analogia ou raciocínio por semelhança é uma indução parcial ou imperfeita, na qual passamos de alguns fatos singulares não a uma conclusão universal, mas há uma outra enunciação singular ou particular, deferida em virtude da comparação entre os objetos que apresentam semelhanças:

Paulo sarou das dores de cabeça com este o medicamento. Logo, João a de sarar das dores de cabeça com este mesmo remédio.

É claro que o raciocínio por semelhança fornece apenas uma probabilidade, não uma certeza. Desempenha papel importante na descoberta ou invenção. Grande parte de nossas conclusões diários se baseia na analogia.
As analogias podem ser fracas ou fortes, dependendo da relevância da semelhanças estabelecidas entre objetos diferentes.

79. Falácias ou Sofismas

Os sofistas eram pensadores da época de Sócrates e inimigos deste, devido ao fato de defender o discurso e não a verdade. Este tipo de raciocínio, que vamos ver, recebeu o nome de sofisma por causa destes pensadores.
A falácia é um tipo de raciocínio incorreto, embora tenha a aparência de correto. As falácias podem ser formais, quando contrariam as regras dos raciocínios corretos. Exemplos:

A) Todos os homens são loiros.
Ora, eu sou homem.
Logo, eu sou loiro.

B) Todos os homens são vertebrados.
Ora, eu sou vertebrado.
Logo, eu sou homem.

Os exemplos a e b são falácias, o primeiro é uma falácia quanto à matéria, embora se trate de um argumento formalmente correto, enquanto a segunda é uma falácia quanto o a forma, pois a desatende a uma regra de argumento válido.

80. Falácias não-formais

Como já vimos, as falácias são raciocínios incorretos, as falácias não formais são as mais comuns no dia a dia, podem ser divididas em cinco tipos principais:
1° desvio de autoridade: utiliza a autoridade de alguém importante, mas não especialista, para defender algo. Exemplo usar artistas para apoiar um candidato ou vender sabonete.
2° a argumento contra o homem: quando consideramos errada uma conclusão porque parte de alguém depreciamos. Exemplo: dizer que um profissional não sabe sobre sua área porque não gostamos dele.
3° falácia de acidente: consiste em considerar essencial algo que foi a acidental. Exemplo: concluir que a medicina é inútil devido ao um erro médico.
4° falácia de ignorância: Consiste em se afastar da questão, desviando a discussão para o outro lado. Exemplo: Um advogado que não pode negar o crime do réu enfatiza que ele é bom filho, marido, trabalhador, etc.
5° Falácia de petição de princípio: ou círculo vicioso, que supões já conhecido o que é objeto de questões. Exemplo: Tal ação é injusta porque é condenável; e é condenável porque é injustiça.




Filosofia Moderna

81. Filosofia Moderna (Séc XVII - séc XIX)

Recebe esta denominação o pensamento realizado em vários países da Europa, compreendido, em linhas gerais, desde as considerações de Descartes até a sistematização filosófica de Hegel.
A principal característica deste período é à busca dos princípios pelos quais o homem pode apreender verdadeiramente a realidade. Sua principal consideração o problema do conhecimento. Este conhecimento é marcado pela vinculação matemática que possui a ciência deste período.
Deste modo, a verdade buscada pelo conhecimento filosófico moderno deve possuir a certeza, a simplicidade, a clareza e a mensurabilidade próprios ao âmbito matemático que lhe serve de parâmetro.
O conhecimento buscado por esta filosofia, que possui a certeza do conhecimento matemático, deve ser, por este motivo, necessariamente racional. A razão é o modo verdadeiro de acesso à realidade, devendo aplicar-se a uma investigação dos fenômenos naturais tanto quanto à investigação de seus próprios fundamentos.

82. Racionalismo


Em sentido geral, este termo designa o modo de pensamento que busca na razão o fundamento de um conhecimento seguro da realidade, ou sua inteligibilidade essencial. Este termo é formado a partir da palavra latina ratio, que significa cálculo, conta, ordem, método, raciocínio.
É possível, neste sentido geral, distinguir entre racionalismo gnosiológico e metafísico. O primeiro afirma ser a razão a faculdade na qual radica todo conhecimento e certeza. O segundo afirma a racionalidade intrínseca à realidade, baseado em um pensamento que postula a identidade essencial entre ser e pensar, que torna todo existente redutível a leis racionais.
O racionalismo somente atinge seu pleno desenvolvimento na Modernidade. Neste período da história da filosofia, que possui como característica principal à necessidade de colocação de um método seguro de busca de certeza elege-se a razão, compreendida enquanto faculdade autônoma e abstrata que procede dedutivamente, como critério exclusivo de verdade.

83. René Descartes


René Descartes (1596 - 1650), Filósofo racionalista francês, considerado o pai da filosofia moderna. A originalidade da concepção filosófica de Descartes inicia com a busca de um método que garanta a possibilidade de alcançar certeza através do conhecimento. Com isto, assume a dúvida cética acerca da realidade.
Todavia, este procedimento não tem a dúvida como fim, ao modo das formulações dessa escola; antes, ele possui o intuito de levá-la às suas últimas conseqüências, a fim de que, deste esgotamento, possa surgir um campo de certezas. Daí chega a sua famosa afirmativa: “Penso, logo existo”, primeira certeza encontrada.
A partir desta descoberta, Descartes procede à tentativa de fundamentar racionalmente a existência divina, baseando-se no princípio de causalidade, ou seja, tudo o Universo deve ter uma causa primeira, que é Deus.
A filosofia cartesiana, contudo, não deve ser encarada unicamente desde seu aspecto de construção metódica. As considerações de Descartes abrangem um vasto campo: metafísico, físico, psicológico e moral, que o convertem em iniciador do racionalismo na Modernidade.

84. O Empirismo


Recebe esta denominação a corrente de pensamento que procura fundar todo conhecimento na noção de experiência. Deriva da palavra grega empeiría, experiência.
 Em sentido amplo, pode-se compreender o empirismo como uma tendência de interpretação da realidade e do conhecimento.
Os principais representantes do empirismo moderno são Francis Bacon, Hobbes, Locke, Berkeley e Hume. O empirismo inglês caracteriza-se por possuir aspectos, a um só tempo, gnosiológicos e metafísicos: admite que o conhecimento radica na noção de experiência, afirmando, simultaneamente, ser a experiência o modo como se constitui a realidade mesma.
Freqüentemente, os empiristas associam a noção de experiência unicamente aos dados fornecidos pelos sentidos. Desta forma, a tal compreensão corresponde, freqüentemente, uma compreensão materialista da realidade, embora nem todo empirismo gnosiológico conduza, necessariamente, a tal posição Metafísica.

85. Francis Bacon


Francis Bacon (1561 - 1626), Filósofo moderno, considerado um dos iniciadores da ciência moderna e do empirismo inglês.
O projeto baconiano compreende duas fases, denominadas destrutiva e fase construtiva. A primeira pretende derrubar todos os falsos pressupostos que entravam o desenvolvimento científico. A tais noções falaciosas acerca da realidade, Bacon denominou ídolos, no sentido religioso de imagens falsas, divinizadas por um indivíduo ou comunidade.
Tais ídolos se dividem em quatro tipos distintos: ídolos da tribo, oriundos do próprio modo de ser da espécie humana, que crê na verdade fornecida pelos sentidos e procura, por uma espécie de inércia intelectual, reduzir todo complexo a apreensões simples e genéricas; ídolos da caverna; ídolos do foro, erros oriundos da própria linguagem, que usa palavras comuns para a designação de entidades distintas; e ídolos do teatro, trazidos pelas interpretações filosóficas, que substituem o mundo verdadeiro por uma sistematização fantasiosa, ao modo de uma encenação teatral.
A segunda fase deste novo método consiste em uma reestruturação do processo indutivo: partindo dos fatos da experiência concreta, passa-se a formulações de ordem geral, acerca de suas causas e leis.

86. David Hume


David Hume (1711 - 1776), Filósofo escocês, considerado o maior representante do empirismo moderno. Nasceu em Edimburgo.
A filosofia de Hume tem seu ponto central no estudo do homem, encarado como o único fundamento sólido para a construção de qualquer ciência. Seguindo esta via, ele procede a uma investigação acerca do entendimento humano, totalmente baseada, contudo, na observação e na experiência.
 Para isto, inicia pelo estudo da proveniência de nossas idéias. Hume afirma que tudo que é dado ao homem conhecer pode ser dividido em dois tipos: impressões e idéias. As impressões são percepções diretas, constituídas por sensações, paixões ou emoções. As idéias, por sua vez, são pálidas cópias de impressões, mantidas mais ou menos modificadas pela memória ou imaginação.
No âmbito do conhecimento, Hume afirma que a atividade própria ao pensamento consiste em estabelecer relações. A partir daí, ele elabora a distinção entre fatos e relações. Os primeiros correspondem aos fenômenos sensíveis, enquanto os segundos são de ordem lógica e matemática.
Da mesma maneira que procede no âmbito do conhecimento, Hume abarca as questões morais, negando qualquer necessidade relativa ao bem ou à existência de uma razão moral.

87. Nietzsche


Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900), podemos caracterizar a unidade de toda a sua filosofia como uma grande crítica aos valores ocidentais, oriundos da tradição platônica e cristã de nossa moral e filosofia.
Desde as suas primeiras obras, o platonismo é severamente criticado como uma forma de decadência dos nobres valores dos gregos da época trágica.
Nietzsche dirige a sua crítica ao cristianismo, que para ele é o "platonismo para o povo", com seus valores morais de má consciência, ressentimento e ideal ascético. Contra a escravidão do niilismo filosófico e moral do platonismo e do cristianismo, à vontade de nada, o pensamento de Nietzsche propõe resgatar o sentimento de plenitude e afirmação aristocrática da vida: o super-homem.
Valorizando mais, o estado natureza do ser humano, Nietzsche afirma que os momentos em que houve mais liberdade na humanidade, foram os dos piores ditadores, onde o ser humano lutava para conquistá-la. Sendo ateu e defendendo este como uma necessidade dói super-homem,sua frase mais famosa foi: “Deus morreu, nós o matamos”.

88. A Filosofia da Ilustração


Recebe esta denominação o movimento cultural e filosófico ocorrido na Europa, no período que vai da revolução inglesa (1688) à revolução francesa (1789).
É possível apontar duas correntes filosóficas, em especial, como as principais influências que contribuíram para formar a mentalidade iluminista: o empirismo inglês e o racionalismo do século XVII.
O iluminismo herda a consciência da importância da razão para a apropriação, mas para os iluministas, ao contrário, a razão constitui uma faculdade formada a partir da experiência.
Esta compreensão da experiência e da importância do mundo sensível como formadores do conhecimento, em oposição à hegemonia da mera especulação racional, é a principal contribuição do empirismo para a formação desta modalidade de pensamento.
A razão é encarada, pelos pensadores do iluminismo, como a faculdade capaz de libertar o homem dos principais inimigos de todo conhecimento e progresso: a ignorância, o obscurantismo e a superstição. Desta maneira, estes pensadores empreendem luta contra tudo que possa servir de obstáculo ao livre desenvolvimento de suas possibilidades; por isso, é próprio ao movimento elaborar considerações não apenas filosóficas, mas, sobretudo de caráter social, ético, político e religioso.

89. Voltaire e o Iluminismo


Voltaire (1694 - 1778), pensador moderno, considerado o introdutor do Iluminismo na França. Voltaire não pode ser considerado um filósofo em sentido estrito, constando, antes, como um propagador de determinadas correntes filosóficas, como o empirismo, o ceticismo, o deísmo, o humanismo.
Seu pensamento mais próprio se encontra, contudo, voltado para a discussão dos estados sociais.
O Bem e o Mal podem ser reconhecidos, nos modos justos ou injustos de governo e organização dos indivíduos. A presença do mal, contudo, convoca a razão para a tarefa de combatê-lo, o que só pode ser realizado mediante a consideração da justiça e da felicidade particular permitida pela esfera do coletivo.
Na consideração do processo histórico, a contribuição de Voltaire foi decisiva. Ele elaborou a noção de espírito das nações, que tenta reunir a complexidade e multiplicidade dos fenômenos históricos à unidade de um espírito ou modo próprio de ser, ao redor do qual esta pluralidade de eventos pode ser organizada e compreendida.
 Esta concepção influenciou marcadamente o pensamento histórico do período Romântico.

90. Filosofia Contemporânea


A filosofia contemporânea é formada por diversas tendências e diferentes problemas, sem apresentar, portanto, uma orientação comum que possa vir a caracterizar univocamente o que seja o pensamento contemporâneo.
De modo geral, a filosofia contemporânea começa a partir da crise do pensamento moderno. Se o pensamento moderno se funda na soberania da razão, o contemporâneo nasce com a crítica ao racionalismo.
A filosofia contemporânea proporciona o surgimento de um pensamento evolucionista histórico; o surgimento de uma filosofia política, cujo propósito é não só pensar a realidade, mas, principalmente, transformá-la socialmente.
Surgem correntes da filosofia que valorizam a vida, assim como a da fenomenologia, do materialismo e do existencialismo; o mais importante é o homem e sua vivência, não mais a o conhecimento abstrato.


A Filosofia Existencial

91. A fenomenologia

A fenomenologia é o método e a filosofia que fornece os conceitos básicos para a reflexão existencialista. A base da fenomenologia é a noção de intencionalidade, pela qual se considera que toda a consciência é intencional, tende para algo fora de si.
Por meio do conceito de intencionalidade a fenomenologia se contrapõe à filosofia racionalista presa a visão objetiva do mundo. Propõe a retomada da humanização da ciência, estabelecendo uma nova relação entre sujeito e objeto, homem e mundo, considerados pólos inseparáveis.
A fenomenologia critica a filosofia tradicional por desenvolver uma teoria vazia e abstrata, voltada para a explicação. Ao contrário, ela tem como preocupação central à descrição da realidade, colocando como ponto de partida de reflexão o próprio homem.
Seu objetivo é encontrar o que realmente é dado na experiência e descrevendo o que se passa efetivamente do ponto de vista daquele que vive determinadas situações concretas. Nesse sentido da fenomenologia é uma a filosofia da vivencia.

92. Edmund Husserl


Edmund Husserl (1859 - 1938), Filósofo alemão, considerado o criador da fenomenologia. Nasceu em Prossnitz, Morávia. O pensamento de Husserl parte da necessidade de constituir um saber absolutamente rigoroso, que sirva de modelo e fundamento a todo e qualquer conhecimento.
Segundo Husserl, somente a filosofia, compreendida enquanto ciência absolutamente rigorosa pode fornecer a si mesma e às demais ciências uma possibilidade real de fundamentação. A filosofia, a fim de realizar tal tarefa, deve prescindir dos dados empíricos do conhecimento prático, encontrando acesso à evidência plena a partir de uma apreensão da idealidade transcendente
Por um lado, a consciência deve ser pensada desde sua característica primeira, a intencionalidade; ao invés de existir como um ente determinado, a consciência é pura atividade. Esta, por sua vez, caracteriza-se como um “ir ao encontro”, de modo que não se pode falar de consciência sem especificar “de que” a consciência trata, sem especificar isto a que ela, constantemente, se remete.
Simultaneamente, não se pode falar em objetos destituídos de qualquer apreensão ou relação a uma consciência. Deste modo, a fenomenologia é um método centrado na consciência, esta compreendida desde seus dois pólos: a consciência enquanto movimento para um objeto

93. O existencialismo


Com o nome de existencialismo entende-se a vasta e profunda corrente de pensamento contemporâneo, que surge e se afirma como reação e crítica ao racionalismo.
O existencialismo - bem como idealismo clássico pós-kantiano, de que representa uma crítica interna - tem a sua maior expressão na Alemanha (Heidegger); há também um centro difusivo de existencialismo na França, com tendências cristãs, mas por motivos exigências e fideístas, que são estranhos à filosofia. O fundador do existencialismo é o dinamarquês Kierkegaard (1813-1855).
Podemos dividir o existencialismo em duas correntes principais:
Existencialismo cristão: Uma tentativa para superar a experiência e chegar à transcendência cristã se encontra no pensamento de Jaspers e Barth; mas tal tentativa é baseada, não em processo de razão, e sim em motivos exigências, fideístas. Seu maior representante foi Gabriel Marcel.
Existencialismo Ateu: Seu maior representante é Sartre. Segundo esta corrente ai déia de Deus é uma desculpa para não se responsabilizar por seus atos , predomina uma visão pessimista de Deus.

94. Kierkegaard e o Nascimento do Existencialismo

Kierkegaard nasceu em 5 de maio de 1813, em Copenhague, Dinamarca e é considerado pai do Existencialismo.
Kierkegaard não está interessado em construir uma teoria ou uma descrição genérica do ser humano. O que lhe interessa é o existir, o fato de haver uma pessoa aqui e agora, com tudo o que possa experimentar a sua volta. Ninguém vivencia a vida plenamente se ficar trancado dentro de uma biblioteca, teorizando ou discutindo sobre o que dizem que é a vida.
Muitas pessoas tentaram provar racionalmente a existência de Deus. Mas com argumentos racionais, perdemos nosso fervor religioso. O fundamental não é saber se o Cristianismo é verdadeiro globalmente, o fundamental é saber se ele é verdadeiro para mim.
Para Kierkegaard, a verdade é subjetividade: ninguém pode se por no meu lugar. Sou eu quem devo fazer a escolha de ser o que posso ser ou de ser uma cópia do que se espera que eu seja, de acordo com os referencias que nos são dados por outrem ou pela cultura. A existência é o reino do vir a ser, é o reino da liberdade: o homem é o que ele escolhe ser quando consegue atingir um certo grau de lucidez, ele é o que se torna.

95. Ortega y Gasset


José Ortega y Gasset (1883 - 1955), Filósofo espanhol. Nasceu em Madrid. Segundo Ortega, a realidade não é um somatório de entes que encontramos naturalmente no mundo. Antes, a realidade só pode configurar-se de uma maneira qualquer, porque é, em última instância, perspectiva.
A perspectiva é o modo como o real, a cada vez, se organiza. O mundo do homem não se encontra já dado de uma maneira determinada, como o habitat animal. O mundo habitado por cada um é uma realidade em permanente mutação, devido a seu caráter perspectivístico.
No plano da razão, Ortega promove uma distinção, a seu ver, fundamental; é preciso considerar o homem como um ser dotado, a um só tempo, de idéias e crenças. As primeiras constituem a maneira própria como cada um realiza uma determinada interpretação do mundo; as segundas constituem as interpretações impensadas, que já sempre fazem parte de nosso modo de ser, sem que nos tenhamos dado conta, por isso afirma “Eu sou eu e minha circunstância”

 

96. Martin Heidegger


Heidegger nasceu em 1889, na Alemanha. Sua obra mais famosa é "O ser e o tempo", neste livro se utiliza da fenomenologia para discutir e elaborar uma teoria sobre o ser.
Para tal, parte da análise do ser do homem, que ele denomina Dasein, que significa em alemão "Ser ai”, ou seja, o homem é o único ser que tem a consciência de onde está.
A partir dessa teoria Heidegger demonstra a especificidade do ser do homem, que é a existência. Se o homem é lançado no mundo de maneira passiva, pode tomar a iniciativa de descobrir o sentido da existência de orientar suas ações em direções das mais diversas. para isso dá ao nome de transcendência.
Entre as possibilidades, o homem vislumbra uma, privilegiada: a morte. A máxima situação limite, que é a morte, ao aparecer no cotidiano possibilita ao homem o olhar crítico sobre sua existência. Segundo Heidegger "O homem é um ser para morte".
Embora tenha se preocupado com a questão da existência, recusa ser enquadrado entre os filósofos existencialistas, argumentando que as reflexões acerca da existência são, na sua filosofia, apenas introdução à análise do problema do ser, e não propriamente da existência pessoal.

97. Sartre e o existencialismo ateu


Jean-Paul Sartre nasceu em 1905 na França, sua obra principal foi "O ser e o nada". Seu pensamento é muito conhecido e gerou, inclusive, uma moda e existencialista, também pelo fato de ele ter se tornado um famoso romancista e teatrólogo.
Sua obra foi fortemente marcada pela segunda guerra mundial e pela ocupação nazista da França. Apesar de ser marxista, nunca deixou de criticar o autoritarismo, sobretudo quando as forças soviéticas  invadiram a Tchecoslováquia.
Sartre pertence à ala dos filósofos existencialistas ateus. Segundo ele homem é um animal em que a existência precede vivo a essência, isto significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define.
Outra diferença entre o homem e os outros animais é que o homem é um ser livre. Se o homem é livre, é conseqüentemente responsável por tudo aquilo que escolhe e faz. Segundo Sartre, a liberdade não é uma escolha, mas uma imposição "O homem é condenado a ser livre".

98. Gabriel Marcel e o Existencialismo Cristão


Gabriel-Honoré Marcel (1889-1973), filósofo e dramaturgo francês de renome internacional nasceu em 7 de dezembro de 1889 e faleceu em 8 de outubro de 1973, em Paris. Em 1929 converte-se ao catolicismo e testemunha no batismo: “... nenhuma exaltação, mas um sentimento de paz, de equilíbrio, de esperança, de fé.”.
Marcel participou da Cruz Vermelha na primeira guerra mundial quando convive com a triste realidade da desolação e isto o levou a valorizar a existência concreta: pensar, julgar, formular parecem-lhe traição à realidade, o que realmente conta é este indivíduo real que eu sou, com toda singularidade, que vive sua experiência, ele só e nenhum outro.
O ser humano pode escolher duas opções “Viver” ou “existir”, algumas pessoas somente vivem, como qualquer outro ser, existir é procurar fazer a vida valer a pena. O mundo atual é o do TER, você é o que possui, mas para existir é necessário SER, ou seja, o importante é o que você é.

99. Maurice Merleau-Ponty


Maurice Merleau-Ponty (1908 - 1960), Filósofo francês, considerado um dos maiores representantes do existencialismo neste país. O pensamento de Merleau-Ponty se encontra marcadamente influenciado pela fenomenologia de Edmund Husserl. Deste modo, seu propósito último é abolir as antinomias criadas pela filosofia moderna, entre sujeito e objeto.
O corpo possui a característica de ser, a um só tempo, sensível e senciente, vidente e visível; desta forma, ele é o lugar de realização da unidade pré-reflexiva eu-mundo. Supera-se, através da concepção de corpo, à distância entre estas duas noções, uma vez que elas se compenetram no corpo; ele sabe, de maneira atemática, tocar, uma vez que é no modo de ser de uma coisa tocável.
O corpo é doador de sentido; nele, a matéria é, sempre e necessariamente, transcendente, ela aponta um mais além que jamais podemos esgotar. O sentido pertence ao corpo como seu duplo, sua dobra incorporal e transcendente.As palavras são modulações do sentido presente em todo âmbito da existência humana. Como tal, a linguagem não pode ser concebida como algo que se utiliza; ela deve ser habitada, encarnada por todos aqueles que falam, de modo a instalar-se nela e, assim, exercê-la.

100. A relação intersubjetiva


Uma das propostas do existencialismo está na mudança da forma que o ser humano tem de se relacionar um como outro, a nova proposta deram o nome de relação intersubjetiva, isto é, de sujeito para sujeito.
Na relação intersubjetiva, o desejo não nos impulsiona apenas para alcançar o outro como um objeto. Mais que isso, exige, sobretudo o reconhecimento do outro. O ser humano não deseja apropriar-se de uma coisa: deseja capturar consciência do outro, ou seja, reconhecendo no outro um ser humano e não um objeto.
Além disso, os relacionamentos, sejam de amizade ou amor são convites para saímos de nós mesmos. Se a pessoa estiver muito voltada para si mesma não é capaz de ouvir o apelo à intersubjetividade. É isso que acontece com a criança, que procuram com naturalidade a que melhor prende suas necessidades.
Na adolescência é muito comum o egocentrismo, por isso o adolescente muitas vezes não ama propriamente o outro, de carne e osso, mas a ama o amor. Isto com tempo, vai mudando. O exercício do amor é conquista da maturidade.

A Liberdade

 

101. Conceito de liberdade


O que a liberdade? Tanto já se pensou, se discutiu e se escreveu a respeito da liberdade, e, no entanto, há tão pouco consenso sobre esse tema, o que procuramos ver são os conceitos que, mais foram usados no decorrer da história. Apesar das dificuldades é possível tecer alguns esclarecimentos sobre o tema.
Do latim "libertate", é a faculdade de cada um decidir o agir segundo a sua própria determinação; poder de agir, no seio de uma sociedade organizada, segundo a própria a determinação e, dentro dos limites impostos por normas definidas; faculdade de praticar tudo quanto não é proibido por lei.
O problema consiste quer na determinação dos limites que sejam garantia de desenvolvimento das potencialidades do homem no seu conjunto, quer na definição das potencialidades que caracterizam a humanidade na sua essência, concedendo a liberdade como efetivo exercício dessas potencialidades.
São três, as principais definições de liberdade que temos até hoje: a aristotélica, que afirma que a liberdade é agir sem restrições; a estóica, que afirma que a liberdade está condicionada ao desejo da totalidade, e a teoria da possibilidade objetiva, onde se pode fazer o que quiser, mas com responsabilidade.

102. Liberdade e determinismo

Segundo a teoria determinista de liberdade, tudo que existe tem uma causa. O mundo pelo princípio do determinismo é o da necessidade de e não da liberdade. Necessário significa tudo aquilo que tem de ser e não pode deixar de ser.
O ser humano é assim, segundo essa teoria, apenas um efeito causado pela ordem das leis determinadas no universo no qual está imerso, possuindo um papel singular, e lhe cabe, numa certa faixa, um poder determinante, do qual causa original.
Contrapondo-se ao determinismo, há várias teorias que enfatizam a possibilidade da liberdade humana absoluta, do livre-arbítrio, segundo o qual o homem tem o poder de escolher um ato ou não, independente das forças que o constrange.
O que ocorre é que não pode haver liberdade sem regras determinadas, é importante entender que a liberdade não pode ser vista apenas do ponto de vista teórico, pois ele trata do homem situado, do homem enquanto ser de relação.

103. Liberdade e destino na Grécia


Se observarmos os mitos gregos vamos perceber que a questão do destino está sempre presente como é o caso de vários heróis que embora tentasse fugir do seu destino de uma forma de outra acabam realizando o que havia sido profetizado pelos oráculos (adivinhos).
As moiras, divindades da mitologia grega, são três irmãs que dirigem o movimento das esferas celestes, a harmonia do mundo e a sorte dos mortais. Elas presidem o destino (moira em grego) e dividem entre si as diversas funções: Cloto, que significa "Fiar", tece os fios dos destinos; Laquésis que significa "Sorte" põe o fio no tapete; Átropos, ou seja, "Inflexível", impiedosamente corta o fio que mede a vida de cada mortal.
Está implícita neste mito a idéia de que ação humana e se acha ligada aos desígnios divinos. Os deuses são quem decidiam o futuro de mortais; esta idéia só vai ser rompida com a chegada da filosofia e com a invenção da política onde o destino do homem e da cidade está nas suas próprias mãos.

104. Liberdade, religião e ateísmo.

Todos os filósofos que acreditam na existência de Deus, afirmam a existência de um homem capaz de tomar decisões autônomas, senhor de sua atividade livre. No entanto, toda a causalidade livre de cada indivíduo particular está totalmente subordinada a Deus, como está subordinado a ele tudo que é real.
Para Santo Agostinho liberdade humana e graça divina são absolutamente compatíveis. A liberdade encontra sua plena perfeição sobre influência de Deus. A liberdade plena e perfeita é sempre ato que provêm totalmente da graça divina antes de ser resultado da atividade da mente humana.
Em Nietzsche e seus sucessores existencialista ateus, a liberdade do homem é afirmada com a "Morte de Deus" e a recusa de um projeto de vida endossado antecipadamente pela graça divina. Para Sartre o homem é o ser pelo qual o nada vem ao mundo. Isto é, o homem é nada, conseqüentemente, pode e deve escolher a si mesmo. É um projeto, um perpétuo fazer-se, é uma escolha a partir da liberdade .
Desse modo fica claro que a condição humana é incompatível com uma possível realidade criadora. Deus se revela perfeitamente desnecessário diante de um homem abandonado no mundo.


105. Concepção aristotélica de liberdade

A primeira grande teoria filosófica da liberdade é exposta por Aristóteles em sua obra a ética a Nicômaco, com variantes, através dos séculos, chegando até o século 20, quando foi retomada por Sartre. Nessa concepção, a liberdade se opõe ao que é condicionado e externamente de e ao que acontece sem escolha deliberada.
Diz Aristóteles que é livre aquele que tem em si o princípio para agir ou não agir, isto é, aquele que é causa interna de sua ação ou de sua decisão de não agir. A liberdade é concebida como poder pleno de incondicional da vontade para determinar a si mesma o para ser o alto determinado.
Sartre levou essa concepção ao ponto limite. Para ele, a liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de si mesmo e do mundo. Quando julgamos estar sobre o poder de forças externas mais poderosas que a nossa vontade, esse julgamento é uma decisão livre, pois outros homens, nas mesmas circunstâncias, não se curvaram.
Por isso, Sartre afirma que estamos condenados à liberdade. é ela que define a humanidade dos humanos, somos agentes livres tanto para ter quanto para perder a felicidade.

106. Concepção estóica-hegeliana liberdade

Essa concepção foi inicialmente desenvolvida por uma escola de filosofia grega chamada de estoicismo, que defendiam a aceitação do sofrimento para felicidade humana. Posteriormente será retomada no século 17 pelo filósofo Spinoza e no século 19 com Hegel e Marx.
Esta concepção conserva também a idéia de que é livre aquele que age sem ser forçado nem constrangido por nada o por ninguém e, portanto, agem movidos espontaneamente por uma força interna própria.
A diferença entre esta teoria e a aristotélica está no fato de que não coloca a liberdade no fato de escolha realizado pela vontade individual, mas na atividade do todo, do qual os indivíduos são partes. Este todo pode ser a natureza, para os estóicos e Spinoza ou a formação histórico social para Marx e Hegel.
Desta forma é livre todo sujeito que é agi em conformidade com as leis do todo, para o bem da totalidade. Todos somos parte da mesma essência, liberdade não é assim escolher, mas agir em conformidade com a natureza.

107. Liberdade e possibilidade objetiva

Esta é a concepção de liberdade mais aceita pelos pensadores da atualidade, afirma que não temos um poder incondicional de escolha de quaisquer possíveis, mas que nossas escolhas são condicionados pelas circunstâncias naturais, psíquicas, o culturais e históricas em que vivemos.
Esta concepção de liberdade introduz a noção de possibilidade objetiva. O possível não é apenas alguma coisa sentido ou percebida subjetivamente por nós, mas é também e, sobretudo alguma coisa inscrita no coração da necessidade, indicando que curso de uma situação pode ser mudado por nós, em certas direções e sob certas condições.
Podemos definir liberdade nesse sentido como, a capacidade para perceber tais possibilidades e o poder para realizar aquelas ações que mudam o curso das coisas, dando-lhe outra direção ou outro sentido. Seria uma liberdade situada que envolve a responsabilidade para consigo mesmo para com outro e para com o mundo.

108. A dimensão social da liberdade

Ao nos referimos ao caráter social da liberdade nos contrapomos à idéia individualista de liberdade herdada da tradição liberal burguesa. Num primeiro momento, o social é resultado da herança cultural, o social que aqui encontramos é justamente condição de transcendência e expressão de nossa liberdade.
Isso significa que é impossível a liberdade fora da comunidade dos homens. As relações entre os homens não são de sujeito para objeto, mas se de intersubjetividade, ou seja, de sujeito para sujeito. Os homens não estão simplesmente uns o ao lado dos outros, mas são feitos uns pelos outros: o homem se humaniza pelo trabalho, cuja ação é social. Daí não podermos falar do homem como uma "Ilha".
Portanto, a liberdade individual surge como ponto de partida e ponto de chegada, onde os alicerces são as relações possíveis entre as pessoas. A expressão clássica dessa concepção é: "A liberdade de cada um é limitada unicamente pela liberdade dos demais".
O problema é que na nossa sociedade os homens não são tão iguais assim, e, portanto, "A liberdade de escolha" não é tão "Livre" quanto se poderia imaginar. Na verdade as condições de escolha já estão predeterminadas e reduzidas conforme a condição social de cada um.

109. Evolução tecnológica e liberdade

Nem todo mundo vê na tecnologia a solução para que o homem seja cada vez mais livre. Nesse cenário pessimista, o homem aparece como escravo da sua própria criação.
 A tecnologia escapa seu controle, cai nas mãos de grupos minoritários, movidos por interesses particulares, que a utilizam muitas vezes de forma inescrupulosa para favorecer e beneficiar apenas um número restrito de pessoas, em detrimento de uma maioria facilmente manipulável, seduzida por uns poucos atrativos exercidos pelos produtos da moda e tecnologia.
A despeito das dificuldades que deverão ser superadas em função gradual da extinção do trabalho humano, em sua forma tradicional, e o conseqüente desemprego estrutural, é necessário perceber esse processo uma oportunidade de um homem com mais tempo livre para investir em si mesmo, em busca de mais conhecimento.
Ao humanização da tecnologia se fundamenta na ação livre e responsável do homem na tomada de decisões para o redirecionamento do seu próprio futuro. Está nas mãos de cada homem particular, e da sociedade como um todo, o destino da humanidade e a possibilidade de uma existência pacífica e harmoniosa.



110. A liberdade Hoje

Certos conceitos por ter seu uso exacerbado culminam, inexoravelmente, em deturpação de seu conteúdo original. A modernidade social e tecnológica e o senso da novidade e da eterna juventude intelectual são um excelente adubo a esses desvios conceptuais, que geram profundas transformações de mentalidade e de comportamento.
É o que ocorre com o conceito de liberdade, nos tempos que estamos vivendo. A liberdade ontológica, inerente à própria condição humana, banalizou-se e perdeu a sua essência, o seu eixo semântico. O sentido atual de liberdade vulgarizou-se, depreciou-se, esvaziou-se, pouco tem a ver com a verdadeira liberdade que identifica e distingue o homem no reino da vida.
Surgiu a vigência soberana da falsa liberdade. Em todos os setores da sociedade isso se faz sentir, com as lamentáveis e desastrosas conseqüências, principalmente na ética, ou na moral.
A liberdade de pensamento e de atitude científica precisa acontecer, sim, mas de forma lúcida e equilibrada, sempre com o controle da razão, da consciência crítica e esclarecida, da consciência madura e superior. A liberdade, em seu sentido pleno, reto, responsável, é parceira do compromisso.

A Estética


111. O conceito de estética

Fazendo um levantamento do uso comum da palavra estética encontramos: instituto de estética e cosmetologia, estética corporal, estética facial etc. Essas expressões dizem respeito a beleza física.
Resta, ainda, outro significado, mais específico, usado no campo da filosofia. Sob o nome de estética enquadramos um ramo da filosofia que estuda o belo e o sentimento que suscita nos homens.
A estética é a disciplina filosófica que se ocupam com a investigação racional do belo e com a análise dos sentimentos por ele provocados. à medida que a arte passou a ser entendida como canal de expressão e da beleza e do belo e, também passou a ser alvo das reflexões estéticas.
Podemos definir a estética como filosofia da arte, ciência do belo e que estuda as leis gerais da crítica e do gosto, aplicadas a avaliação e a apreciação dos produtos da inteligência humana sob o ponto de vista e artístico.
Etimologicamente, a palavra estética vem do grego aithesis, com o significado de "Faculdade do sentir", ou seja, designa conhecimento efetivado de, pela sensibilidade e experiência.

112. A estética e a arte

A palavra arte vem do latim ars que corresponde ao termo grego techne, técnica, significando: o que é ordenado ou toda espécie de atividade humana submetidas a regras.
Nessa perspectiva, falamos em arte medicina, arte política, arte poética. Platão não as distinguia das ciências nem da filosofia, uma vez que estas, como arte, são atividades humanas ordenadas e regradas. Aristóteles, porém, estabeleceu duas distinções, a arte do necessário, isto é, a ao que não pode ser diferente do que é (medicina, agricultura, escultura etc.) e arte do possível (pintura, escultura, teatro).
Essa distinção é acentuada no final do século 17, quando separaram as artes em:
Artes mecânicas: que tem um fim útil aos homens, que seriam as artes do necessário.
Belas artes: que tem como fim o belo, seria a arte do possível, agora resumida em sete: pintura, escultura, arquitetura, poesia, música, teatro e dança.
As artes tornam-se é assim trabalho da expressão e mostram, que desde que surgiram à primeira vez foram inseparáveis da ciência e da técnica. Por exemplo, a pintura e arquitetura na renascença não são compreensíveis sem a matemática e a teoria e da harmonia e das proporções.

113. A arte e a religião

As duas primeiras manifestações culturais foram, o trabalho e a religião. Ambos instituíram as primeiras formas da sociabilidade e, vida comunitária, a autoridade e poder religioso. Ambos instituíram o símbolo de organização humanos espaço e do tempo, do corpo e do Espírito.
Mais do que isso, a relação com o sagrado, o qual organizar espaço e tempo e o sentimento da comunhão ou separação entre os humanos e a natureza e deles com divino, simbolizou o todo da realidade e pelas sacralização, assim todas as atividades humanas assumiram a formas de rituais.
Assim as artes surgem no interior dos cultos e para servi-los. O artista era mago, iniciado no ofício sagrado e na qualidade de mago, artífice e detentor de um ofício que realizava sua arte.
A dimensão religiosa deu aos objetos artísticos e as obras de arte uma qualidade chamada de "Aura". A aura é a absoluta singularidade de um ser, sua condição de exemplar um único que se oferece num aqui e agora irrepitível, sua qualidade de eternidade e fugacidade simultâneas.
Passando do divino ao belo, as artes não perderam o que a religião lhes dera: a aura. Não por acaso, o artista ainda é visto como gênio criador e sujeito excepcional.

114. Arte e Filosofia

Do ponto de vista da filosofia, podemos falar de dois grandes momentos de teorização da arte. No primeiro, inaugurado por Platão e Aristóteles, a filosofia trata as artes sob a forma de poética; no segundo, a partir do século XVIII, sob a forma da estética.
A arte poética é o nome de uma obra de Aristóteles sobre as artes da fala e da escrita, do canto e da dança. A palavra poética é tradução de poesis, que significa fabricação. Arte poética estuda as obras de arte como fabricação de seres e gestos artificiais, isto é, produzidos por seres humanos.
A palavra estética foi empregada pela primeira vez para referir-se às artes por volta de 1750. A noção formulada e desenvolvida nesta época pressuponha:

              I.                           Que a arte é produto da sensibilidade, da imaginação e da inspiração do artista e que sua finalidade é a contemplação.
           II.                           Que a contemplação, do lado do artista, é à busca do belo (e não do útil, nem do agradável ou prazeroso) e, do lado público, é a avaliação ou julgamento do valor de beleza atingido pela obra;
        III.                           Que o belo é diferente do verdadeiro.

115. A arte e a Natureza

A primeira e mais antiga relação entre arte e Natureza proposta pela filosofia foi o da imitação: “Arte imita a Natureza”, escreve Aristóteles. A obra de arte resulta da atividade do artista para imitar outros seres por meio de sons, sentimentos, cores, volumes, etc. O valor da obra decorre da habilidade do artista.
A partir do Romantismo, a filosofia passa a definir a obra de arte como criação. Enquanto na concepção anterior o valor era buscado no objeto copiado, agora o valor é localizado na figura do artista como gênio criador e imaginação criadora.
A arte não imita nem reproduz a Natureza, mas liberta-se dela, criando uma realidade puramente humana e espiritual: pela atividade livre do artista, a fantasia, os homens se igualam à ação criadora de Deus.Em resumo, a estética da criação corresponde ao momento em que a filosofia separa o homem da natureza.
A terceira concepção, nossa contemporânea, concebe a arte como expressão e construção. A obra de arte não é pura receptividade imitativa ou reprodutiva, mas expressão de um sentido novo, escondido mundo, e um processo de construção em que o artista colabora com a Natureza.

116. A noção de belo

O homem é o único ser vivo capaz de experimentar emoções estéticas, bem como compreender e apreciar o belo e as coisas belas sem qualquer finalidade utilitária apenas para deleitar e se contentar.
Inicialmente, o belo é entendido como manifestação do bem. Para Platão, a idéia de beleza é a mais evidente a é tudo aquilo que atrai o homem. Por meio dela, do encantamento e do amor que ela produz, o homem se movimenta em busca das demais idéias.
O belo também é conceituado como manifestação da verdade. Dessa maneira, é no domínio da arte que o espírito absoluto se manifesta. O belo é a aparição sensível desse espírito enquanto a verdade é a manifestação objetiva e universal. Daí beleza e verdade serem uma única e mesma coisa.
Para Aristóteles o belo é entendido e com simetria, fora da e grandeza coordenadas harmonicamente entre si.
A partir do século 18, o belo é conceituado como perfeição expressiva e, como tal, fundamento das teorias da arte como expressão.

117. O naturalismo grego

O naturalismo constitui uma noção fundamental que marcou profundamente toda a parte ocidental desde a Grécia antiga até o século 19. O naturalismo pode ser definido como ambição de colocar diante do observador uma semelhança convincente das aparências reais das coisas.
Dentre da atitude naturalista, podemos distinguir algumas variações, dentre as quais as mais importantes são o realismo e o idealismo:
Realismo: mostra o mundo como é, nem melhor nem pior. É característico, por exemplo, da arte renascentista do século 15.
Idealismo: retrata o mundo nas suas condições mais favoráveis. Na verdade, retrata um mundo como gostaríamos que fosse. É o padrão da arte grega, que não retrata pessoas reais, mais pessoas e idealizadas.
Na Grécia antiga não havia a idéia de artista, no sentido que empregamos hoje, uma vez que arte estar integrada à vida. As obras de arte desta época eram utensílios (vasos, os copos, templos etc.), assim que o fazia era considerado um trabalhador manual. O conceito de arte era baseado na imitação.

118. A estética medieval

Na Europa ocidental, durante a Idade Média, não houve grande interesse pelas artes que, como coisas terrenas ligadas à cultura pagã, poderiam prejudicar o fortalecimento da alma e do Espírito.
Entretanto, em virtude do analfabetismo mais ou menos generalizado das populações dos feudos, a igreja utiliza-se da pintura e da escultura para fins didáticos, ou seja, para ensinar a religião e infundir o temor do julgamento final e das penas do inferno.
As obras de arte assumem a condição de símbolos que manifestam a natureza divina e canaliza uma devoção do homem para o Deus supremo. Por isso, a postura naturalista é abandonada em prol da estilização, isto é, da simplificação dos traços.
A arte bizantina do mesmo período se preocupa com a expressão religiosa e com a tradução da teologia em forma de arte, abolindo a representação tridimensional em pinturas e mosaicos, preferindo a as figuras chapadas, as vestes destas eram representadas por linhas sinuosas.
O conceito de beleza, enquanto a operação dos objetos ao que deve ser, pressupõe conceito anterior de ordem ideal, dado por iluminação divina. É esse mesmo conceito que fundamenta a objetividade do julgamento da beleza, donde se podem criar normas para produção do belo.

119. Kant e a crítica do juízo estético

Kant dividiu a beleza em duas espécies: a beleza livre, que não depende de nenhum conceito de perfeição ou uso; e a beleza dependente, que depende desses conceitos. Os juízos estéticos estão relacionados com a primeira espécie de beleza.
A experiência do belo se dá no sensível e independente de qualquer tipo de interesse de outro tipo "O gosto é a faculdade de julgar objeto ou um modo de representação por uma satisfação ou insatisfação inteiramente independente do interesse. Ao objeto dessa satisfação chama-se belo".
Assim, para Kant, a beleza reside primeiramente na atitude desinteressada do sujeito, em relação qualquer experiência. O que garante a universalização dos juízos estéticos é o fato todos os homens têm a mesma faculdade de julgar, assim como a razão é também idêntica para todos.
Esta sua teoria está explicado no seu livro “crítica do juízo” escrito em 1790, onde procura expressar de maneira lógica muitas idéias e julgamentos sobre o que chama de juízo estético.

120. Cinema e Televisão

Vivemos na época da comunicação áudio visual, os dois maiores representantes na arte nesta época são o cinema e a televisão. A diferença esta no fato de que a televisão se preocupa, mais com os investimentos, mercados e propaganda.
A televisão é um meio técnico de comunicação à distância, que empresta do jornalismo a idéia de reportagem e notícia. Do ponto de vista do receptor, o aparelho televisor é um eletrodoméstico, como o liquidificador ou a geladeira.
Podemos dizer assim, que o cinema é a forma contemporânea de arte: a da imagem sonora em movimento. Nele a câmera capta uma sociedade complexa múltipla e diferenciada.
Como o livro, o cinema tem o poder extraordinário a, próprio da obra de arte, de tornar presente o ausente e, verdade e fantasia, reflexão e devaneio.

Nele a criatividade do diretor é expressividade dramática ou cômica dos atores podem manifestar-se e oferecessem plenamente ao público, sem distinção étnica, sexual, religiosa ou social.


Prof. Ed Carlos H. Batista - Filosofia