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AULA 1 e 2
PARTE I - NÚCLEO
COMUM
SÉRIE:
1ª, 2ª, 3ª ENSINO MÉDIO E EJA
INICIAÇÃO À ATIVIDADE FILOSÓFICA
1.1. O que
é a Filosofia? Uma resposta inicial
As
primeiras perguntas de qualquer estudante, ao iniciar o seu estudo em
Filosofia, são: O que é a Filosofia? O que vamos estudar? Para que
serve a Filosofia? Estas
questões, pela busca de significado, são normais quando se toma
contacto com uma disciplina nova mas, no caso da Filosofia, não
podemos dar uma resposta imediata e definitiva, ou seja, não
podemos dar uma definição unívoca de Filosofia. (Definir
Filosofia, é por si só, um problema filosófico).
Definições de Filosofia
“Admiração sempre foi, antes como agora,
a causa pela qual os homens começaram a filosofar: a princípio,
surpreendiam-se com as dificuldades mais comuns; depois, avançando passo a
passo, tentavam explicar fenômenos maiores, como, por exemplo, as fases da
lua, o curso do sol e dos astros e, finalmente, a formação do universo.
Procurar uma explicação e admirar-se é reconhecer-se ignorante.” Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.)
“Nunca se protele o filosofar quando se
é jovem, nem o canse fazê-lo quando se é velho, pois que ninguém é jamais
pouco maduro nem demasiado maduro para conquistar a saúde da alma. E quem diz
que a hora de filosofar ainda não chegou ou já passou assemelha-se ao que diz
que ainda não chegou ou já passou a hora de ser feliz.” Epicuro (341 a.C. – 270 a.C.)
“(...) Filosofia, tal como até agora a
entendi e vivi, é a vida voluntária no gelo e nos cumes – a busca de tudo o
que é estranho e questionável no existir, de tudo o que a moral até agora
baniu.” Friedrich Nietzsche
(1844-1900)
“O que pretendo sob o título de
filosofia, como fim e campo de minhas elaborações, sei-o, naturalmente. E
contudo não sei... Qual o pensador para quem, na sua vida de filósofo, a
filosofia deixou de ser um enigma?” Edmund
Husserl (1859-1938)
“Qual o seu objetivo em filosofia? –
Mostrar à mosca a saída do vidro.”
Ludwig Wittgenstein (1889-1951)
“A verdadeira filosofia é reaprender a
ver o mundo.” Maurice
Merleau-Ponty (1908-1961)
“A filosofia é a arte de formar, de
inventar, de fabricar conceitos. O filósofo é o amigo do conceito, ele é
conceito em potência... Criar conceitos sempre novos é o objeto da
filosofia.” Gilles Deleuze (1925-1996)
e Félix Guattari (1930-1993).
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AULA 3 e 4
NÚCLEO
COMUM
SÉRIE: 1ª, 2ª, 3ª ENSINO MÉDIO E EJA
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Introdução Aos Estudos Filosóficos
Etimologia
Filosofia – A palavra filosofia vem do grego (philos+sophia) que
significa “amor à sabedoria” ou “amizade pelo saber”. Pitágoras (séc.VI.
a.C.), filósofo matemático grego, teria sido o primeiro a usar o termo
filosófico, por não se considerar um “sábio” (sophos), mas apenas alguém que
ama e procura a sabedoria. (Marias,
p.19)
Pré-socrático (séc. VII e VI a. C.). Os primeiros filósofos
ocupavam-se com questões cosmológicas, iniciando a separação entre
filosofia e o pensamento mítico.
Socrático ou clássico (séc. V e IV a. C.). Ênfase nas questões
antropológicas e maior sistematização do pensamento. Desse período fazem
parte os sofistas, o próprio Sócrates, seu discípulo Platão e Aristóteles,
discípulo de Platão.
Pós-sócrates (séc. III e II a.C). Durante o helenismo, preponderou
o interesse pela física e pela ética. Surgiram as correntes filosóficas do estoicismo
(Zenão de Cítio), do hedonismo (Epicuro) e do ceticismo (Pirro
de Élida). (Marias, p.40)
Civilização micênica (sécs. XX a XII a.C). Desenvolveu-se desde o início do
segundo milênio a.C. Tem esse nome pela importância da cidade de Micenas, de
onde, por volta de 1250 a.C., partiram Agamênon, Aquiles e Ulisses para
sitiar e conquistar Tróia.
Tempos homéricos (sécs. XII a VIII a.C). Na transição de um mundo
essencialmente rural, os senhores enriquecidos formam a aristocracia
proprietária de terras, que fez recrudescer o sistema escravista. Nesse
período teria vivido Homero (sécs. IX ou VIII a.C).
Período arcaico (sécs. VIII a VI a. C.). Com a formação das
cidades-estados (póleis), ocorreram grandes alterações sociais e políticas,
bem como o desenvolvimento do comércio e a expansão da colonização grega. No
inicio desse período teria vivido Hesíodo. No final do século VII e durante o
século VI a. C. surgiram os primeiros filósofos.
Período clássico (sécs. V e IV a.C.). Auge da civilização grega; na
política, o apogeu da democracia ateniense; desenvolvimento das artes,
literatura e Filosofia; época em
que viveram os sofistas e os filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles.
Período helenístico (sécs. III e II a.C.). Decadência política, domínio
macedônico e conquista da Grécia pelos romanos; culturalmente, significava
influencia das civilizações orientais; florescimento das filosofias estoica e
epicurista. (Marias, p.37)
PERÍODOS DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA
Para trabalhar a questão de quando viveu um filósofo,
deve ser considerada a sua posição na clássica divisão da História da
Filosofia: Filosofia Antiga, Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e
Filosofia Contemporânea. Além disso, mesmo respeitando essa tradição, convém
considerar a especificidade de cada autor, evitando generalizações. Importa,
aqui, levar em conta o contexto histórico-social em que viveu o pensador. É
necessário, portanto possibilitar uma visão geral sobre cada uma dessas
divisões, explicadas nas sínteses a seguir:
*Teogonia – Do grego théos, “deus”, e gónos, “origem”.
*Cosmogonia – Do grego kósmos, “mundo”, “ordem”, “beleza”, e gónos.
*Caos – Para os gregos, o vazio inicial.
Etimologia (do grego antigo ἐτυμολογία, composto de ἔτυμον e -λογία
"-logia" ) é a parte
da gramática que
trata da história ou origem das palavras e da explicação do significado de
palavras através da análise dos elementos que as constituem. Por
outras palavras, é o estudo da composição dos vocábulos e das regras de sua
evolução histórica.
Mito -
são narrativas utilizadas pelos povos gregos
antigos para explicar fatos da realidade e fenômenos da natureza,
as origens do mundo e do homem, que não eram compreendidos por eles. Os mitos
se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis.
Todos estes componentes são misturados a fatos reais, características humanas
e pessoas que realmente existiram.
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AULA 5 e 6
NÚCLEO
COMUM
SÉRIE: 1ª, 2ª, 3ª ENSINO MÉDIO E EJA
1.1. Origem da Mitologia Grega
As
lendas que contam as aventuras dos deuses e heróis são chamadas mito, o
conjunto dos mitos forma a Mitologia. A mitologia teve sua origem na Grécia
com a mistura de deuses e crenças de vários povos e de várias origens durante
os séculos de formação das suas Cidades-Estados. Outra característica da
religião grega é o antropomorfismo, isto é, os deuses tinham forma, virtudes
e defeitos humanos. Com a invasão da Grécia pelos macedônicos e após pelos
romanos, estes assimilaram as divindades gregas que foram rebatizadas com
nomes em latim (latinos). O culto aos deuses mitológicos Greco-Romanos só
teve fim no governo do imperador romano Teodósio no ano de 391 d.C., com a
proibição dos cultos pagãos e a instituição do Cristianismo como religião
oficial do Império Romano. A mitologia grega possui uma hierarquia de:
Deuses, semideuses, monstros e heróis. Os gregos acreditavam em destino e os
primeiros deuses foram chamados de Titãs, os deuses que conhecemos hoje, são
os Olímpicos, posteriores a estes.
1.2.
Os Titãs
Os filhos de
Urano e Geia, o Céu e a Terra, e alguns dos filhos dos doze. Freqüentemente
chamados de deuses mais velhos, eles foram por muitas eras os regentes
supremos do universo, tendo um tamanho enorme e sendo incrivelmente fortes.
Cronos, o mais importante dos Titãs, governou o universo até que foi
destronado por seu filho Zeus, que tomou o poder para si. Os outros
importantes Titãs eram Oceano, o rio que fluiu ao redor da terra; Tétis, sua
esposa; Mnemósina, deusa da memória; Têmis, deusa da justiça divina; Híperon,
pai do sol, da lua e da alvorada; Japeto, pai de Prometeu, que criou os
mortais; e Atlas, que carregava o mundo em seus ombros. De todos os Titãs só
Prometeu e Oceano uniram-se a Zeus contra Cronos. Como resultado, eles foram
honrados e os outros foram banidos para o Tártaro. Estes deuses eram em sua
maioria forças da Natureza, e eram selvagens, por isso não conviviam com os
seres humanos. O primeiro deus que governou foi Urano depois Caos,
posteriormente, Cronos, que foi o último dos Titãs, a partir daí os deuses
passaram a viver no Monte Olímpo, convivendo com os seres humanos.
1.3. Os deuses Olímpicos
No Olímpo,
os deuses formavam uma sociedade que era classificada quanto à autoridade e
poder. Céu ou paraíso, o mar e a
terra. Os doze deuses chefes, usualmente chamados de olimpianos eram Zeus,
Hera, Hefestos, Atena, Apolo, Ártemis, Ares, Afrodite, Héstia, Hermes,
Deméter e Posêidon. Zeus era o chefe dos deuses, e o pai espiritual dos
deuses e das pessoas. Hera, sua esposa, era a rainha do paraíso e a guardiã
do casamento. Outros deuses eram associados ao paraíso, como Hefestos, deus
do fogo e das artes manuais; Atena, deusa da sabedoria e da guerra; Apolo,
deus da luz, da poesia e da música; Ártemis, deusa da caça; Ares, deus da
guerra; Afrodite, deusa do amor; Héstia, deusa do coração e da chama sagrada;
Hermes, mensageiro dos deuses e senhor das ciências e das invenções. Posêidon
era o senhor do mar que, junto com sua esposa Anfitrite, originou um grupo de
deuses do mar menos importantes, como as nereidas e Tritão. Deméter, a deusa
da agricultura, era associada com a terra. Hades, um deus importante, mas que
geralmente não era considerado um olimpiano, governava o mundo subterrâneo,
onde ele vivia com sua esposa Perséfone. O mundo subterrâneo era um lugar
escuro e triste, localizado no centro da terra.
1.4. Heróis da Mitologia
Os heróis
eram deuses, semideuses ou mortais que se destacaram pela grandiosidade de
seus feitos fossem eles heróicos ou trágicos. Eis aqui uns dos principais:
Perseu: Seu grande feito foi matar a
medusa, utilizando as sandálias de Hermes e o escudo de Atenas.
Hércules: Filho de Zeus e Alcmena era
conhecido por sua enorme força e por realizar os 12 trabalhos.
Atalanta: Conhecida por ter matado um
Javali gigante que ameaçava o príncipe Iásos, foi transformada em um leão por
Zeus.
Aquiles: Filho de Zeus com uma mortal
foi um grande guerreiro, sendo invulnerável, exceto pelo calcanhar foi morto
com uma flechada neste.
Paris: Seqüestrador de Helena seu
destino, segundo o oráculo, era acabar com Tróia pelo fogo.
Teseu: filho do Rei Ageu matou o
minotauro e fugiu com a princesa de Tróia.
Jasão: Criado pelo centauro Quiron,
pegou o velocino de ouro.
1.5. Animais e Monstros
Os monstros geralmente existiam por três
motivos:
Guardião:
criado para guardar algo.
Castigo:
alguma ofensa feita há um deus era castigada com a transformação em monstro.
Junção:
Às vezes a junção de uma deusa com um deus, ou de um deus com uma mortal,
resultava num monstro.
Os
Principais monstros eram:
Centauros: animal fabuloso, metade
homem e metade cavalo.
Ciclopes: Gigantes monstruosos, de
força descomunal, que possuíam apenas um olho no meio da testa. Medusa: era uma das três Górgonas,
tinha serpentes em vez de cabelos, presas pontiagudas, mãos de bronze e asas
de ouro, e petrificava quem as olhassem.
Minotauro: ser monstruoso com corpo
de homem e cabeça de touro, filho da rainha de Creta e de Posêidon.
Pégaso: segundo a mitologia grega,
nasceu do sangue da Medusa, após ser esta decapitada por Perseu. Era um
cavalo alado.
Cérbero: Um cachorro com três cabeças
e cauda de dragão que vigiava a entrada do Hades.
Hidra: Monstro de nove cabeças que vivia
num pântano próximo a Lerna, na Grécia.
1.6. Lugares da mitologia
São três, os
principais lugares da mitologia, habitados pelos deuses, com seus respectivos
deuses: Olímpio, Oceano e Hades.
Olímpo: O palácio misterioso do
senhor soberano, pai dos deuses e dos homens, Zeus.
Da sua
morada no cimo do monte Olímpio, observava os mortais, com sua mulher Hera, e
seus filhos, se alimentando de Néctar e Manjar.
Oceano: Seu rei era Posêidon, fé sua
mulher é Anfitrite uma ninfa. Tritão era seu filho, um semideus marinho, a
parte superior de seu corpo até os rins era o de um homem, a parte inferior
era de um peixe de longa cauda; parecidas com ele haviam as nereidas, metade
peixe e metade mulher.
Hades: É o lugar subterrâneo onde
descem as almas depois da morte, seus principais habitantes, são:
Hades: Irmão de Zeus e Posêidon
comandava o mundo inferior.
Perséfone: Filha de Zeus se perdeu no
mundo inferior, tornando-se mulher de Hades.
Caronte: O barqueiro responsável, por
levar as almas dos mortos.
Hipnós: Deus do sono.
Eros: Deus do Amor físico
1.7. Os 12 Trabalhos de Hércules
(1)
estrangulou um leão, de pele invulnerável, que aterrorizava o vale de Neméia;
(2) matou a
hidra de Lerna, monstro de muitas cabeças;
(3) capturou
viva a corça de Cerinéia, de chifres de ouro e pés de bronze;
(4) capturou
vivo o javali de Erimanto;
(5) limpou
os estábulos de três mil bois do rei Augias, da Elida, não cuidados durante
trinta anos;
(6) matou
com flechas envenenadas as aves antropófagas dos pântanos da Estinfália;
(7) capturou
vivo o touro de Creta, que lançava chamas pelas narinas;
(8) capturou
as éguas antropófagas de Diomedes;
(9) levou
para Edmeta, filha de Euristeu, o cinturão de Hipólita, rainha das guerreiras
amazonas;
(10) levou
para o rei de Mecenas o imenso rebanho de bois vermelhos de Gerião;
(11)
recuperou as três maçãs de ouro do jardim das Hespérides, por intermédio de
Atlas, que sustentava o céu sobre os ombros e executou por ele esse trabalho,
enquanto Hércules o substituía.
(12)
apoderou-se do cão Cérbero, guardião das portas do inferno, de três cabeças,
cauda de dragão e pescoço de serpente. Hércules realizou outros atos de
bravura e participou da viagem dos argonautas em busca do velocino de ouro.
1.8. Objetos Sagrados
Os objetos
sagrados dos gregos eram geralmente colocados no altar do templo do deus a
quem pertencia, eis alguns:
Coroa de Louro - Na mitologia grega, este era um dos
símbolos usados por Apolo, deus da Luz, da Cura, da Poesia, da
Música e da Profecia, protetor dos atletas e dos jovens guerreiros. Em
Atenas, a coroa de louros como símbolo de distinção e glória
foi substituída pelos ramos de oliveira, considerada a árvore protetora da
cidade. Na Roma e na Grécia o louro era
símbolo de vitória. “Os vencedores de competições eram coroados com folhas da
planta.”
Arco e Flecha de Apolo e Ártemis:
Simboliza o masculino ou Animus e o feminino ou Anima, ou seja, as partes
ativas e receptivas da personalidade.
Caduceu de Hermes: Objeto ligado à
cura e à medicina, sendo que primeiramente pertenceu a Apolo.
Foicinho das Amazonas: O foicinho vem
a ser uma foice pequena; é um símbolo da Lua Crescente, associado a Cronos.
Lança de Athena: Athena é uma Deusa
guerreira, e sua lança simboliza o triunfo do feminino, a libertação das
energias femininas que se encontram subjugadas à dominação masculina
agressiva de Ares, seu irmão e Deus da guerra.
Tridente de Posêidon: Símbolo das
Divindades do mar, originariamente representava os dentes dos monstros
marinhos.
Tirso de Dioniso: Este instrumento é
um bastão de madeira, ornado por finos galhos de hera e videira, com uma
pinha pequena em sua extremidade superior.
Cornucópia: Sendo um chifre de touro,
vaca ou cabra, conhecida como Chifre da Fartura, que continha uma infinita
provisão de alimentos.
1.9. O Mito Hoje
O homem
moderno, tanto quanto o antigo, não é só razão, mas também afetividade e
emoção. Hoje em dia, os meios de comunicação de massa trabalham em cima dos
desejos e anseios que existem na nossa natureza inconsciente e primitiva. O mito recuperado do cotidiano do homem
contemporâneo, não se apresenta com a abrangência que se fazia sentir no
homem primitivo. Os mitos modernos não abrangem mais a totalidade do real
como ocorria nos mitos gregos, romanos ou indígenas. Podemos escolher um mito
da sensualidade, outro da maternidade, sem que tenham de ser coerentes entre
si. Os super-heróis dos desenhos animados e dos quadrinhos, bem como os
personagens de filmes (Rambo e outros), passam a encarnar o Bem e a Justiça,
assumindo a nossa proteção imaginária. A própria ciência pode virar um mito,
quando somos levados a acreditar que ela é feita à margem da sociedade e de
seus interesses, que mantém total objetividade e que é neutra. A nossa forma
de compreensão do mundo dessacraliza o pensamento e a ação (isto é, retira
dele o caráter de sobrenaturalidade), fazendo surgir à filosofia, a ciência e
a religião.
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® AULA 7 e 8
NÚCLEO
COMUM
SÉRIE: 1ª, 2ª, 3ª ENSINO MÉDIO E EJA
. ÀS
DISCIPLINAS FILOSÓFICAS (Campos de
Investigação)
Desde seu surgimento na Grécia Antiga, em
torno do século VI a. C., a filosofia foi ampliando os temas de suas
reflexões até alcançar a vastidão que tem hoje. O surgimento de
vários campos da filosofia obedeceu, e ainda obedece, às exigências do
pensamento humano, suas necessidades e crises ao longo da história, pois, se
a filosofia é crítica sobre a vida, ela vai repensar exatamente aquelas
questões que incomodam em cada momento da história humana.
Principais Disciplinas Filosóficas ou Campos de Estudo:
® AULA 9 e 10
NÚCLEO
COMUM
SÉRIE: 1ª, 2ª, 3ª ENSINO MÉDIO E EJA
O
Declínio do Mundo dos Mitos
Na
história do pensamento ocidental, a filosofia nasce na Grécia por volta do
século VI a. C. Por meio de longo processo histórico, surge promovendo a
passagem do saber mítico ao pensamento racional, sem, entretanto, romper
bruscamente com todos os conhecimentos do passado. Durante muito tempo, os
primeiros filósofos gregos compartilharam de diversas crenças míticas,
enquanto desenvolviam o conhecimento racional que caracterizaria a filosofia.
Essa passagem do mito à razão “significa precisamente que já havia, de um
lado, uma lógica do mito e que, de outro lado, na realidade filosófica ainda
está incluído o poder do lendário”. Em
outras palavras, a filosofia grega nasceu procurando desenvolver o logos
(saber racional) em contraste com o mito (saber alegórico). A
força da mensagem dos mitos reside, portanto, na capacidade que eles têm de
sensibilizar estruturas profundas, inconscientes, do psiquismo humano.
(...) (...)
(...)
No período em
que se estudavam os mitos, suas origens,
desenvolvimento e significado existiam várias formas de tornar compreensíveis
o surgimento de todas as coisas. Houve um momento em que tais explicações
deixaram de ser suficientes para levar as pessoas, seja por meio da razão ou
de provas incontestáveis, a acreditarem em tais explicações. Surgiu então a filosofia,
uma forma de conhecimento capaz de explicar as diversas mudanças e maravilhas
que ocorriam na natureza, pois a mitologia – ciência que estudava os mitos -
já não conseguia mais dar conta de explicar fatos que nem mesmo ela, com toda
sua sabedoria, conseguia compreender. Apesar das contradições da mitologia, a
filosofia nasceu fortalecida por fatos históricos que aconteceram e
contribuíram para esclarecer as diversas modificações ocorridas.
Os fatos
históricos acima citados e que fortaleceram o avanço da filosofia foram:
I.
Viagens marítimas
– navegando por territórios antes desconhecidos os gregos perceberam que as
criaturas imaginárias criadas pela mitologia grega não eram reais e que
também não existiam deuses em outras regiões, como sugeria a mitologia e sim
seres humanos. Também concluíram que os mares não eram moradia de monstros e
outros seres. Com as viagens o mundo perdeu seu caráter mítico ou lendário,
os exploradores descobriram um mundo repleto de belezas e conhecimentos, seu
surgimento foi sendo esclarecido pouco a pouco, mistério este que a mitologia
já não conseguia explicar.
II.
Invenção do
calendário - Os gregos aprenderam que era possível contar o tempo das estações do
ano, definindo quando e de que forma aconteciam as mudanças do
clima e do dia, notando que o tempo passava por transformações
espontaneamente e não por intervenções divinas.
III.
Invenção da moeda
– Os gregos aprenderam a arte de negociar, não mais se efetuava a venda de
uma mercadoria aceitando como pagamento a troca por mercadoria semelhante, o
pagamento tornou-se monetário, ou seja, a moeda substituiu o poder de troca.
IV.
Surgimento da vida
urbana – O desenvolvimento da cidade trouxe aos gregos uma situação
financeira mais igualitária, o prestígio social que antes era benefício de
apenas algumas famílias diminuiu, assim como o prestígio que detinham. As
artes ganharam patrocinadores, estimulando assim o surgimento de novos
artistas. Invenção da escrita alfabética - O uso do alfabeto fez com que os
gregos se expressassem de forma mais clara, colaborando para que suas ideias
fossem melhor compreendidas e difundidas pelo mundo afora, levando a
sabedoria as pessoas.
V.
Invenção da
política – Surgiram novas fontes de informação, a lei passou a abranger
muitas outras coisas e chegou até as pessoas, criou-se uma área pública
voltada para discursos e debates, local no qual os gregos debatiam e
propagavam suas ideias a respeito da política.
A filosofia chegou timidamente, tentando mostrar a
humanidade que o mundo não era perigoso e cheio de monstros como a mitologia
pregava e aos poucos vêm conquistando seu espaço, avançando cada vez mais nas
profundezas do saber.
O MITO DA CAVERNA
Platão criou uma alegoria,
conhecida como mito da caverna, que serve para explicar a evolução do
processo de conhecimento. Segundo ele, a maioria dos seres humanos se
encontra como prisioneira de uma caverna, permanecendo de costas para a
abertura luminosa e de frente para a parede escura do fundo. Devido a uma luz
que entra na caverna, o prisioneiro contempla na parede do fundo as projeções
dos seres que compõem a realidade. Acostumado a ver somente essas projeções,
assume a ilusão do que vê as sombras do real, como se fosse a verdadeira
realidade. Se escapasse da caverna e alcançasse o mundo luminoso da
realidade, ficaria livre da ilusão. Mas, estando acostumado às sombras, às
ilusões, teria de habituar os olhos à visão do real: primeiro olharia as
estrelas da noite, depois as imagens das coisas refletidas nas águas tranqüilas,
até que pudesse encarar diretamente o Sol e enxergar a fonte de toda a
luminosidade.
AULA 11 e 12
NÚCLEO
COMUM
SÉRIE: 1ª, 2ª, 3ª ENSINO MÉDIO E EJA
Síntese: Correntes filosóficas
Introdução
Conceituar a filosofia enquanto disciplina é uma tarefa
quase que impossível, já que seus objetos de estudos são muitos e variados e
o modo de olhar para eles variam de acordo com a corrente filosófica da qual
se olha, que pode ser mais restrita ou mais ampla, mais ou menos materiais,
etc. Mas para que possamos começar a entendê-la, fazer um resumo de correntes
filosóficas, incluindo o modo de olhar para as coisas que tais correntes
tinham/têm e os seus principais pensadores, pode ser uma tarefa de extrema
utilidade. É neste ponto que o artigo em questão se debruça.
Antes de começarmos o resumo de correntes filosóficas
de fato, é necessário estabelecer um ponto muito importante: a divisão
adotada aqui pode não ser a mesma adotada por outros pensadores. No entanto,
este recorte é fundamental para que se possa começar a entender o assunto de
uma maneira ampla e com uma cronologia (ordem temporal das coisas) que faça
sentido.
Principais
Correntes Filosóficas
Sem estabelecer uma cronologia para elencar as
correntes, partimos da Grécia antiga, que se enquadra entre as primeiras
sociedades do mundo ocidental – é necessário lembrar que no oriente, existem
sociedades muito mais antigas que a grega, e claro toda uma vasta gama de
conhecimento sobre diversas coisas, incluindo a filosofia, mas que
infelizmente fogem ao escopo deste artigo e, por isso, não serão abordadas.
Vamos ao resumo de correntes filosóficas.
Idealismo
Para os filósofos idealistas, tudo o que existia no
mundo exterior ao eu, isto é, no mundo material, era resultado do trabalho da
mente e das ideias. Assim, a realidade era considerada como uma criação da
mente, e não algo dado pelo mundo. A posição do Idealismo pode parecer
absurda à primeira vista, mas se a analisamos com cuidado percebemos que ela
começa a fazer sentido. Pense no gosto, no cheiro, no tato e na visão. São
estas sensações que nos fazem perceber as coisas, e todas as coisas estão
dentro do mundo. São expoentes desta corrente Platão, Berkeley e Friedrich
Hegel.
Materialismo
Se o idealismo considera tudo uma criação da mente, os
materialistas, como a própria designação indica, consideram justamente o
contrário. Para eles, o mundo e todas as suas coisas existem fora de nós, já
que são matéria, e não resultados. Aristóteles e Karl Marx são os grandes
expoentes desta teoria.
Escolástica
Antes dos gregos antigos, Cristo ainda não havia
surgido na cultura ocidental. Mas assim que nasceu, o cristianismo, religião
que o têm como líder, dominou os mais diversos aspectos da sociedade – ética,
moral, ensino, o mercado, etc. – durante a Idade Média. Assim, o conhecimento
deveria ser analisado à luz dos ensinamentos cristãos, e foi isso que os
escolásticos fizeram. Basicamente, os pensadores desta corrente tinham a
missão de analisar os ensinamentos cristãos a partir da filosofia da Grécia
antiga. Santo Agostinho e Tomás de Aquino são os maiores
pensadores.
Racionalismo
Razão é a palavra-chave aqui, pois o que os pensadores
desta corrente faz é analisar tudo através da razão, ou seja, as verdades
sobre a realidade só podem ser analisadas por este prisma, rejeitando as
sensações e sentimentos. O grego Parmênides, o famoso René Descartes,
Spinoza, Giambattista Vico e Leibniz são grandes pensadores do Racionalismo.
Empirismo
É um método de análise bastante utilizado na ciência
moderna, especialmente nas disciplinas exatas. Na filosofia, significa que os
sentidos são os verdadeiros responsáveis por revelar a verdade, e não a
razão. Uma proposição bastante interessante desta corrente, e amplamente
utilizada na educação, é a de que o conhecimento só é construído porque é
baseado na experiência. Popper, Lock, Hume e Kant são os
maiores expoentes.
Pragmatismo
Primeira corrente filosófica originada nos Estados
Unidos (todas as outras até aqui são de origem europeia) e inclusive muito
coerentes com o pensado dos norte-americanos, o pragmatismo prega que a
verdade de uma ideia deve ser analisada levando em conta sua utilidade, ou
seja, parte de uma visão bastante prática. Pierce, John Dewey e Willian James
forma sua tríade de pensadores mais famosa.
Fenomenologia
Pelo nome, já podemos começar a entender que se trata
da análise de um fenômeno. Aqui, busca-se ir além da superfície, chegando à
consciência da natureza. Husserl, Heidegger e Merleau-Ponty são os mais
famosos pensadores.
Existencialismo
Prega que não há origem, que todas as pessoas são
livres para fazer suas próprias escolhas e lidar com as consequências,
positivas ou negativas, das mesmas. Sartre e Kierkegaard são
os maiores pensadores.
Pós-modernismo
Pode ser considerada como a mais recente e aberta
corrente filosófica existente. Surgiu para quebrar o paradigma da filosofia
“moderna” e é considerada por muitos, como uma filosofia que zomba de si
mesma. Heráclito, Nietzsche, Wittgeinstein, Thomas Kuhn, Michel Foucault e
Jacques Derrida são os grandes (e talvez mais estudados) filósofos desta
corrente.
Por fim, é necessário frisar que tudo
o que foi dito acima é um breve resumo de correntes filosóficas. Elas são
muito mais amplas e complexas do que descrito aqui. Somente a leitura de
estudos epistemológicos de filosofia ou a própria leitura de seus pensadores
podem as revelar em detalhes.
BLOCO DE ATIVIDADES
OS ESTUDANTES DEVERÃO:
-ler e analisar todos os textos;
-realizar resumos ou mapa de conceitos;
- ESCOLA;
- escrever nome completo;
- informar número respectivo da chamada;
- turma/ série;
-disciplina/ docente;
-escrever em folha de almaço ou realizar no editor de texto;
-na folha de almaço, anexar as fotos em forma (JPG);
- editor de texto - em forma de anexo;
ENVIAR O BLOCO DE ATIVIDADES PARA O E-MAIL: apollovsdioniso@gmail.com
PARTE 1
- NÚCLEO COMUM
SÉRIE: 1ª, 2ª, 3ª ENSINO MÉDIO E EJA
AULA 1 e 2 Leitura e Análise de Texto.
RESPONDA: Construa e apresente subjetivamente uma definição
de filosofia.
AULA 3 e 4 Leitura e Análise de Texto.
RESPONDA: Defina Filosofia.
Qual o local, século e o período do nascimento da
Filosofia.
Qual é a importância do pensamento filosófico? Justifique.
AULA 5 e 6 Leitura e Análise de Texto.
RESPONDA: Defina Mito e Mitologia.
O que o mito quer comunicar em sua essência?
Relacione e explique a relação entre mito e realidade.
AULA 7 e 8 Leitura e Análise de Texto.
RESPONDA: Qual são os principais Campos de Estudo da
Filosofia?
Discuta e relacione Ética e Filosofia da Política.
O que o soberano ou governo precisa para governar, ética,
moral ou o dueto? Justifique.
AULA 9 e 10 Leitura e Análise de Texto.
RESPONDA: Apresente e explique a transição do Mito para à
Filosofia.
Quais sãos os fatores que influenciaram para a efetivação
da Filosofia?
Compare a alegoria da Caverna de Platão e o
Filme Matrix, e explicite o que representa do ponto de vista epistemológico,
a saída do homem da caverna e a contemplação do bem.
AULA 11 e 12 Leitura e Análise de Texto.
RESPONDA: Quais sãos as principais correntes filosóficas?
Quem são os principais pensadores da ESCOLÁSTICA e do
RACIONALISMO?
Apresente e compare os elementos conceituais que ilustram o
Idealismo e o Materialismo.
ANEXO - 1:
APROFUNDAMENTOS E REFERÊNCIAS
VÍDEO: https://www.youtube.com/watch?v=tswloAV-BH0 [ O “MITO” DA CAVERNA DE PLATÃO]
Texto:
A alegoria da caverna – A República (514a-517c)
A
Teogonia de Hesíodo: https://www.assisprofessor.com.br/documentos/livros/hesiodo_teogonia.pdf
Livro
Introdução à Filosofia: Maria Lúcia de Arruda Aranha http://joinville.ifsc.edu.br/~sergio.sell/m%C3%B3dulo%204/Livro%20Filosofando%20Aranha%20-%20livro%20completo.pdf
GALLO, Silvo. Filosofia e Experiência. 1ªed. São Paulo:
Scipione, 2013.
MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos
Pré-socráticos a Wittgenstein. 2a ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor,
2000.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª Ed. São Paulo:
Ática, 2009.
COTRIM, Gilberto.
Fundamentos da Filosofia. 2ªedição. São Paulo: 2013.
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Docente / Disciplina: Marcella /
Filosofia / 2020
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