sexta-feira, 8 de maio de 2020

NÚCLEO ESPECÍFICO: FILOSOFIA - 2 ANO / 2 TERMO ENSINO MÉDIO

 

 – 1º BIMESTRE


NÚCLEO ESPECÍFICO


 

 


     TURMA

 

2a SÉRIE E/M e

2 TERMO EJA 

DISCIPLINA: FILOSOFIA

 

 CONTEÚDOS:

 

Núcleo Específico

 

Introdução à ética - O eu racional

Introdução à ética - Autonomia e liberdade

 

Leitura e Analise de Texto

 

Não sei se vos devo falar das primeiras meditações que aqui fiz, pois elas são tão metafísicas e tão pouco comuns que talvez não sejam do agrado de todos. No entanto, a fim de que se possa julgar se os fundamentos que tomei são bastante firmes, acho-me, de certa forma, obrigado a falar delas. Há muito tempo eu notara que, quanto aos costumes, por vezes é necessário seguir, como se fossem indubitáveis, opiniões que sabemos serem muito incertas, como já foi dito acima; mas, como então desejava ocupar-me somente da procura da verdade, pensei que precisava fazer exatamente o contrário, e rejeitar como absolutamente falso tudo em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se, depois disso, não restaria em minha crença alguma coisa que fosse inteiramente indubitável. Assim, porque os nossos sentidos às vezes nos enganam, quis supor que não havia coisa alguma que fosse tal como eles nos levam a imaginar. E, porque há homens que se enganam ao raciocinar, mesmo sobre os mais simples temas de geometria, e neles cometem paralogismos, julgando que eu era tão sujeito ao erro quanto qualquer outro, rejeitei como falsas todas as razões que antes tomara como demonstrações. E, finalmente, considerando que todos os pensamentos que temos quando acordados também nos podem ocorrer quando dormimos, sem que nenhum seja então verdadeiro, resolvi fingir que todas as coisas que haviam entrado em meu espírito não  eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas logo depois atentei que, enquanto queria pensar assim que tudo era falso, era necessariamente preciso que eu, que o pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade – penso, logo existo – era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos cépticos não eram capazes de a abalar, julguei que podia admiti-la sem escrúpulo como o primeiro princípio da filosofia que buscava. Depois, examinando atentamente o que eu era e vendo que podia fingir que não tinha nenhum corpo e que não havia nenhum mundo, nem lugar algum onde eu existisse, mas que nem por isso podia fingir que não existia; e que, pelo contrário, pelo próprio fato de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas, decorria muito evidentemente e muito certamente que eu existia; ao passo que, se apenas eu parasse de pensar, ainda que tudo o mais que imaginara fosse verdadeiro, não teria razão alguma de acreditar que eu existisse; por isso reconheci que eu era uma substância, cuja única essência ou natureza é pensar, e que, para existir, não

necessita de nenhum lugar nem depende de coisa alguma material. De sorte que este eu, isto é, a alma, pela qual sou o que sou, é inteiramente distinta do corpo, e até mais fácil de conhecer que ele, e, mesmo se o corpo não existisse, ela não deixaria de ser tudo o que é. Depois disso, considerei, de modo geral, o que uma proposição requer para ser verdadeira e certa; pois, já que eu acabava de encontrar uma que sabia ser tal, pensei que também deveria saber em que consiste essa certeza. E, tendo notado que em penso, logo existo nada há que me garanta que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que para pensar é preciso existir, julguei que podia tomar por regra geral que as coisas que concebemos muito clara e distintamente são todas verdadeiras, havendo, porém, somente alguma dificuldade em distinguir bem quais são as que concebemos distintamente. [...]

 

DESCARTES, René. Discurso do método. São Paulo: Martins Fontes, 2009. p. 57, 58, 59, 60 e 61.

 

 

Leitura e Analise de Texto

 

Cinco jovens de classe alta agridem doméstica Uma empregada doméstica, de 32 anos, foi espancada e roubada, na manhã do dia 24 de junho de 2007, quando saía do seu trabalho. Os espancadores eram cinco jovens ricos, todos estudantes. Eles não apresentavam sinais de ter ingerido álcool ou outra substância química. A mulher relatou à polícia que, por volta das 6h30, estava em um ponto de ônibus, perto do apartamento onde trabalha e mora, para ir a uma consulta médica. De repente, saindo de um automóvel, os cinco jovens começaram a xingá-la e a chutá-la na cabeça e na barriga. Depois, roubaram sua bolsa, com seus documentos, 47 reais e um celular, que nem tinha sido completamente pago. Após a agressão, ela voltou ao prédio em busca de ajuda. Um taxista, que estava próximo ao local do crime, anotou a placa do carro e notificou a polícia, que prendeu os jovens. Os agressores confessaram o crime, mas nada falaram sobre os motivos que os levaram a cometer o ato de crueldade. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

 

Quadro de referência para desenvolver o exercício: diferenças entre moral e ética.

 

Moral - A moral é um conjunto de princípios e regras socialmente definidos e que devem ser inculcados nos indivíduos para padronizar condutas, costumes e valores. Cada cultura tem uma moral, isto é, regras sobre o bem e o mal, o permitido e o proibido.

 

Ética - A reflexão ética deve questionar, problematizar as normas morais e, por isto, a ética não é essencialmente normativa. A ética deve refletir sobre as regras morais para garantir solidariedade, respeito, e, em última análise, a preservação da vida.

 

 Correr nu pela rua é imoral, é vergonhoso. Correr nu pela rua não será antiético se ninguém for prejudicado ou caso isso seja necessário para defender uma vida. Não se pode mentir. Não será antiético mentir, por exemplo, se com isso você estiver salvando a vida de um inocente. Para ser moral, é preciso conhecer as regras morais. Para ser ético, é preciso desenvolver a reflexão crítica.

 

Leitura e Analise de Texto

 

Algumas máximas de Epicuro

 

I. Aquele que dispõe de plenitude e de imortalidade não tem inquietações nem perturba os outros; por isso está isento de impulsos de cólera ou de benevolência, já que tudo isso é próprio de quem tem fraquezas.

II. A Morte nada é para nós. Com efeito, aquilo que está decomposto é insensível e a insensibilidade é o nada para nós.

III. O limite da amplitude dos prazeres é a supressão de tudo que provoca dor. Onde estiver o prazer, e durante o tempo em que ele ali permanecer, não haverá lugar para a dor corporal ou o sofrimento mental, juntos ou separados. IV. A dor contínua não dura longamente na carne. A que é extrema permanece muito pouco tempo e a que ultrapassa um pouco o prazer corporal não persiste muitos dias. Quanto às doenças que se prolongam, elas permitem à carne sentir mais prazer do que dor. [...]

VIII. Nenhum prazer é em si mesmo um mal, mas aquilo que produz certos prazeres acarreta sofrimentos bem maiores do que os prazeres.

 IX. Se todo prazer pudesse ter se acumulado, não só persistindo no tempo, mas também percorrendo a inteira composição do nosso corpo, ou pelo menos as principais partes de nossa natureza, então os prazeres não difeririam entre si. [...]

XVII. O justo desfruta de plena serenidade; o injusto, porém, está cheio de maior perturbação.

[...] XXIII. Se combates todas as tuas sensações, nada disporás de referência nem mesmo para discernir corretamente aquelas que julgas deverem ser rejeitadas. [...]

XXVII. De tudo aquilo de que dispõe a sabedoria para a felicidade de toda nossa vida, de longe o mais importante é a preservação da amizade.

EPICURO. Máximas principais. Tradução João Carlos K. Quartin de Moraes. São Paulo: Edições Loyola, 2009. (Clássicos da Filosofia).

 

Leitura e Analise de Texto

 

Epicuro fez, ainda, recomendações precisas sobre como chegar à felicidade:

 

1. Não tenha medo dos deuses. Os deuses são felizes, e seres felizes não estão preocupados com a vida dos outros.

2. Não tenha medo da morte. A morte nada mais é do que a separação dos átomos.

3. O prazer está à disposição de todos. Ele é o fim das dores e o sossego.

4. O mal dura pouco. O mal é a dor e dura pouco; o máximo que ela pode fazer é levar à morte, que, no fundo, é nada. Quando a dor termina, começa o prazer. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

 

AUTONOMIA

 

Leitura e Analise de Texto

 

Kant é um filósofo que nos ajuda a pensar as questões éticas e a problematizar regras morais. Esse filósofo distingue diferentes possibilidades para analisarmos as relações entre vontade, razão e ação. Kant chama de imperativos os mandamentos da razão que se relacionam com uma vontade. E define dois imperativos centrais: imperativo hipotético e imperativo categórico. O imperativo hipotético representa a necessidade de uma ação como meio de alcançar qualquer objetivo que se queira. O imperativo categórico é a ação necessária por si mesma, universal e, como tal, é válida para todos os homens. Essa distinção é interessante para questionarmos nossas ações e nossos princípios morais, sobretudo, tomando-se por base esta pergunta: O que considero válido para mim é válido para todos os homens? Referência: KANT, Immanuel. A metafísica dos costumes. Bauru: Edipro, 2003. Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.

 

“[...] age com base em uma máxima que também possa ter validade como uma lei universal.” KANT, Immanuel. Metafísica dos costumes. Tradução Edson Bini. Bauru: Edipro, 2003.

 

 

 

RESPONDER (2º ANO)

 

ATD – TIPO – 2 (NÚCLEO ESPECÍFICO)



Leitura e Análise de Texto:

 

1 – Apresente os principais elementos do texto - “O discurso do Método” e discuta os caminhos percorridos pelo filósofo e qual foi a sua síntese filosófica?

2 – Expliquei do ponto de vista da Filosofia da Moral, em que avançamos e o que precisamos melhorar no combate ao covid-19, em direção à Saúde Pública, Economia e Políticas Públicas.

3 – Explique as bases da ética em Epicuro e em que consiste o seu pensamento epicurista.

4 – Quais são as caracteristicas da Ética?

5 – Quais são as características da Moral?

6 – Apresente em forma de “cheklist” os frutos de atitudes éticas no combate ao covid-19.

7 – Explique do ponto de vista racional, ético e da autonomia como se forma à consciencia racional e moral do sujeito.

8 – Discunta o conceito de Autonomia (formação) e Imperativo categorico (filosofia moral) em Kant.


OS ESTUDANTES DEVERÃO:

-ler e analisar todos os textos; 
-realizar resumos ou mapa de conceitos; 
- ESCOLA;
- escrever nome completo;
- informar número respectivo da chamada;
- turma/ série;
-disciplina/ docente;
-escrever em folha de almaço ou realizar no editor de texto;
-na folha de almaço, anexar as fotos em forma (JPG);
- editor de texto - em forma de anexo;

ENVIAR O BLOCO DE ATIVIDADES PARA O E-MAILapollovsdioniso@gmail.com


 



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